TRACOMA NO TOCANTINS: SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA EM ANOS RECENTES
MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA MARTINS1, DENIZE KHIRLLEY MACEDO SILVA SANTOS SERPA1, DILZETH ALVES DOS REIS1, VANUZA ALVES SOARES1
1. SES - Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins
maombio@gmail.com

O Tracoma é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, transmitida através da secreção ocular em contato direto ou indireto com o receptor. É endêmica em crianças e ocorre especialmente onde existem deficientes indicadores de qualidade de vida, principalmente, os relacionados à falta de saneamento básico ao deficiente nível educacional. Sua ocorrência é mais frequente em alguns países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, que no último inquérito nacional (2002 a 2008), detectou municípios com alta prevalência em todas as regiões do país e um coeficiente médio nacional de 5,1% de tracoma ativo. Este estudo objetiva descrever o perfil epidemiológico do tracoma no Tocantins com base nas notificações do SINAN no período de 2010 a 2017. Trata-se de um estudo secundário, conduzido com dados dos inquéritos escolares municipais. Para a obtenção dos resultados, foi utilizado o Microsoft Excel ® . Foram realizados 348.852 exames oculares externo em 110 municípios para identificação de tracoma e detectados 10.696 casos, correspondendo a 3,07% de prevalência média. A prevalência anual foi de 4,42% em 2010 e 1,51% em 2017. A maioria dos casos identificados foi de Tracoma Folicular (TF) (74%) em crianças na faixa etária entre 5 e 9 anos (45,4%) do sexo feminino (52%). Houve variação anual do número de municípios realizando ação com tendência de redução no último ano. Apenas 12 municípios realizaram exames em todos os anos e 29 não realizaram em nenhum dos anos. Os resultados demonstram que o estado apresentou redução na taxa de prevalência, contudo, a doença permanece na população tocantinense. Evidenciando que as informações não estão sendo lançadas integralmente no sistema, levando a incompletude dos dados, possivelmente devido ao preenchimento incorreto da notificação ou pela digitação incompleta dos dados. O monitoramento do sistema de informação pelos técnicos dos municípios possibilitaria a identificação e correção oportuna das inconformidades facilitando a adoção de medidas preventivas nas populações mais vulneráveis. É fundamental estabelecer uma rotina de retroalimentação desses dados de forma ampla estimulando a utilização do SINAN como ferramenta oficial de notificação e implantação das ações de vigilância e controle do tracoma na rotina dos serviços de saúde com maior efetividade, afinal essa ação vai de encontro à necessidade dos menos favorecidos, que muitas vezes tem seu rendimento escolar comprometido devido a essa doença.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, SINAN, Tracoma