Descrição do caso de leishmaniose visceral em cão não domiciliado na região centro-oeste do estado de Santa Catarina. |
A leishmaniose visceral (LV) é uma zoonose negligenciada com impacto na saúde pública global. O protozoário Leishmania infantum é transmitido aos hospedeiros vertebrados (mamíferos) através da picada do hospedeiro invertebrado (vetor). A expansão desta doença em humanos e cães mostra crescimento na região sul do Brasil devido a características semelhantes como ambientes, vetores e reservatórios. O objetivo deste estudo foi confirmar a suspeita de um cão não domiciliado com LV no município de Erval Velho, Santa Catarina. O cachorro foi encontrado na rua por acumuladores da região, parecia ter oito anos, sem raça definida. A residência onde ele foi levado está localizada perto de uma ave reprodutora com presença de floresta úmida nos arredores e vários animais. Os sinais clínicos observados neste cão foram: alopecia generalizada, lesão da mucosa oral, esplenomegalia, linfadenomegalia, lesão cutânea em nariz e boca, perda de peso e febre. Amostras de soro e sangue total foram coletadas para diagnóstico sorológico (reação de imunofluorescência indireta - RIFI, ensaio imunoenzimático - ELISA e TR DPP®) e moleculares (reação em cadeia da polimerase - PCR com primer RV1, RV2), respectivamente. Os resultados obtidos foram anticorpos anti-L infantum em RIFI (1:60), ELISA e TR DPP. Na análise molecular, foi observada a presença de DNA de L. infantum. Foi recomendada a eutanásia deste animal e coleta de fígado, baço, linfonodo, medula óssea para isolamento do parasito, não sendo possível isolar o agente. Com esses resultados foi possível observar a presença de casos de LVC no Centro-Oeste de Santa Catarina. Novos estudos são necessários para confirmar outros casos autóctones e verificar a presença do vetor na região. |