Descrição do caso de leishmaniose visceral em cão não domiciliado na região centro-oeste do estado de Santa Catarina.
ANDREA DE OLIVEIRA PINTO1, JONAS BRANDALISE1, RAFAELA ROSA LUIZ1, THALYTA STECKLING GRIEBLER 1, ALINE KUHN SBRUZZI ALINE PASQUALI 1, MARIO STEINDEL1, VANETE THOMAZ SOCCOL1, GLAUBER WAGNER1
1. UNOESC - Universidade do Oeste de Santa Catarina, 2. UFPR - Universidade Federal do Paraná, 3. UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina
aline.pasquali@unoesc.edu.br

A leishmaniose visceral (LV) é uma zoonose negligenciada com impacto na saúde pública global. O protozoário Leishmania infantum é transmitido aos hospedeiros vertebrados (mamíferos) através da picada do hospedeiro invertebrado (vetor). A expansão desta doença em humanos e cães mostra crescimento na região sul do Brasil devido a características semelhantes como ambientes, vetores e reservatórios. O objetivo deste estudo foi confirmar a suspeita de um cão não domiciliado com LV no município de Erval Velho, Santa Catarina. O cachorro foi encontrado na rua por acumuladores da região, parecia ter oito anos, sem raça definida. A residência onde ele foi levado está localizada perto de uma ave reprodutora com presença de floresta úmida nos arredores e vários animais. Os sinais clínicos observados neste cão foram: alopecia generalizada, lesão da mucosa oral, esplenomegalia, linfadenomegalia, lesão cutânea em nariz e boca, perda de peso e febre. Amostras de soro e sangue total foram coletadas para diagnóstico sorológico (reação de imunofluorescência indireta - RIFI, ensaio imunoenzimático - ELISA e TR DPP®) e moleculares (reação em cadeia da polimerase - PCR com primer RV1, RV2), respectivamente. Os resultados obtidos foram anticorpos anti-L infantum em RIFI (1:60), ELISA e TR DPP. Na análise molecular, foi observada a presença de DNA de L. infantum. Foi recomendada a eutanásia deste animal e coleta de fígado, baço, linfonodo, medula óssea para isolamento do parasito, não sendo possível isolar o agente. Com esses resultados foi possível observar a presença de casos de LVC no Centro-Oeste de Santa Catarina. Novos estudos são necessários para confirmar outros casos autóctones e verificar a presença do vetor na região.



Palavras-chaves:  cão, Leishmania infantum, zoonose