PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E CLÍNICO DOS CASOS DE CHIKUNGUNYA NO CEARÁ - 2016 E 2017
REBECA BANDEIRA BARBOSA ¹, ADRIANA ROCHA SIMIÃO¹, FRANCISCA KALLINE DE ALMEIRA BARRETO¹, CARLOS HENRIQUE MORAIS DE ALENCAR¹, LUCIANO PAMPLONA PAMPLONA DE GÓES CAVALCANTI¹
1. UFC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
rebecabandeira_@hotmail.com

A Chikungunya é uma doença causada por um arbovírus da família Togaviridae. A doença se caracteriza por quadros de febre associados à dor poliarticular intensa e debilitante, cefaleia e mialgia. Embora possua alguns sintomas semelhantes aos da dengue, chama a atenção a poliartrite/artralgia simétrica (principalmente punhos, tornozelos e cotovelos) durante a fase aguda da doença. Em geral os sintomas melhoram após 15 dias, mas podem evoluir para formas crônicas, permanecendo por vários meses. O objetivo deste estudo foi descrever o perfil sociodemográfico e clínico dos casos de chikungunya no estado do Ceará, confirmados nos anos de 2016 e 2017. Foi realizado um estudo transversal com base nos dados da ficha de notificação de chikungunya do SINAN. Foram calculadas frequências relativas das variáveis utilizando o programa Stata 11.2. A doença foi predominante no sexo feminino com 62,4% dos casos. Indivíduos da cor parda (72,4%) apresentaram maior frequência. Os casos concentraram-se em 89,0% na zona urbana, com predominância na faixa etária de 20 a 59 anos (66,1%). Os sintomas mais frequentes foram: febre (91,1%), artralgia (75,9%), cefaleia (75,0), mialgia (66,8%) e, com menor frequência, dor nas costas (35,2%), náusea (30,8%) e artrite (22,4%). As comorbidades mais relatadas foram: Hipertensão (7,2%) e Diabetes (3,0%). O coeficiente de incidência foi de 333/100.000 habitantes e 1.132/100.000 habitantes nos anos de 2016 e 2017, respectivamente. Nesse mesmo período foram confirmados 240 óbitos, sendo 50 em 2016 e 194 em 2017. Os resultados desse estudo confirmam uma predominância de notificação dos casos no sexo feminino, provavelmente em virtude de uma maior busca pelos serviços de saúde pelas mulheres. Além disso, destacou-se também a concentração de casos na zona urbana. Quanto à clínica da doença, a febre, mialgia, cefaleia e artralgia estavam presentes na maior parte dos casos; o que reforça a necessidade de diagnóstico diferencial com dengue. Os coeficientes de incidência reforçam a gravidade da doença no estado e revelam o diagnóstico situacional da Chikungunya no estado do Ceará nos anos propostos, chamando atenção para o elevado número de óbitos registrados pelos serviços de saúde do Ceará.