ESTUDO DE NOVE CASOS DE LEISHMANIOSE CUTÂNEA DISSEMINADA OCORRIDOS EM MATO GROSSO - BRASIL
LARA MOREIRA DE OLIVEIRA 1, LETÍCIA ROSSETTO DA SILVA CAVALCANTE1, LEANNDRO MANSUR BUMLAI1, ANA PAULA COSTA DE CARVALHO1, BIANCA COELHO DAMIN1, EZEQUIEL ANGELO FONSECA JUNIOR1, MAYANE EMANUELLE OLIVEIRA SOUZA1, PAULA VIEIRA REIS1, SUSANE MARAFON1, MÁRCIA HUEB1
1. HUJM - Hospital Universitário Júlio Muller
larinha.oliveira@hotmail.com

Introdução . A Leishmaniose tegumentar disseminada representa apenas 2% dos casos notificados no Brasil. Caracterizada por múltiplas lesões polimorfas, que podem ser papulares, acneiformes e acometer vários seguimentos corporais, principalmente face e tronco. A disseminação acontece após o desenvolvimento das lesões primárias, provavelmente por proliferação do parasito via hemática ou linfática, causando lesões distantes do local da picada, e também pode ocorrer após tratamento já iniciado para a forma cutânea localizada. A maioria dos pacientes necessita de múltiplos tratamentos para obter a cura clínica. Método e resultados . São aqui relatados 9 casos recentemente diagnosticados no ambulatório de referência para o estado, no hospital universitário da UFMT. Eram 8 do sexo masculino, a idade variou de 19 a 62 anos (média de 40,6 anos de idade), com ocupação e/ou habitação em zona rural em 66,6% dos casos (6). Dos pacientes com doenças associadas, 3 tinham hipertensão arterial, 3 diabetes tipo II, 2 hanseníases e 1 aids; 4 sem comorbidades. Havia acometimento de membros em todos os casos, de tronco em 55% (5), de face também em 55% (5), de orelha e dorso em 44,4% cada (4) e região nasal em 22,2% (2). Quanto ao tratamento, 77,7% (7) dos pacientes necessitaram de mais de 1 esquema de tratamento e os 2 que não retrataram foi por perda de seguimento devido a abandono. Foram utilizados no 1º tratamento o Glucantime® em 66,6% dos casos (6), pentamidina em 1 caso e anfotericina lipossomal em 22,2% (2). Em 7 com seguimento adequado, foram necessários retratamentos 30 a 90 dias após o tratamento inicial (Glucantime® em 2, anfotericina lipossomal em 3 e pentamidina em 2). Foi necessário um 3º tratamento em 5 casos, anfotericina lipossomal em 3, Glucantime® em 1 e pentamidina em 1; em 2 casos foi necessário ainda um 4º ciclo de tratamento, ambos com pentamidina. Conclusão . A leishmaniose tegumentar disseminada pode estar associada à necessidade de múltiplos tratamentos, independentemente do esquema inicialmente escolhido e/ou comorbidade dos pacientes. Como em outras formas ou expressões da LT, pouco se conhece sobre o melhor esquema de tratamento a ser indicado, evolução clínica esperada e potenciais complicações. É pouco para se estabelecer condutas de consenso.



Palavras-chaves:  coinfecção, HIV, leishmaniose