ESTUDO DE NOVE CASOS DE LEISHMANIOSE CUTÂNEA DISSEMINADA OCORRIDOS EM MATO GROSSO - BRASIL
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Introdução . A Leishmaniose tegumentar disseminada representa apenas 2% dos casos notificados no Brasil. Caracterizada por múltiplas lesões polimorfas, que podem ser papulares, acneiformes e acometer vários seguimentos corporais, principalmente face e tronco. A disseminação acontece após o desenvolvimento das lesões primárias, provavelmente por proliferação do parasito via hemática ou linfática, causando lesões distantes do local da picada, e também pode ocorrer após tratamento já iniciado para a forma cutânea localizada. A maioria dos pacientes necessita de múltiplos tratamentos para obter a cura clínica. Método e resultados . São aqui relatados 9 casos recentemente diagnosticados no ambulatório de referência para o estado, no hospital universitário da UFMT. Eram 8 do sexo masculino, a idade variou de 19 a 62 anos (média de 40,6 anos de idade), com ocupação e/ou habitação em zona rural em 66,6% dos casos (6). Dos pacientes com doenças associadas, 3 tinham hipertensão arterial, 3 diabetes tipo II, 2 hanseníases e 1 aids; 4 sem comorbidades. Havia acometimento de membros em todos os casos, de tronco em 55% (5), de face também em 55% (5), de orelha e dorso em 44,4% cada (4) e região nasal em 22,2% (2). Quanto ao tratamento, 77,7% (7) dos pacientes necessitaram de mais de 1 esquema de tratamento e os 2 que não retrataram foi por perda de seguimento devido a abandono. Foram utilizados no 1º tratamento o Glucantime® em 66,6% dos casos (6), pentamidina em 1 caso e anfotericina lipossomal em 22,2% (2). Em 7 com seguimento adequado, foram necessários retratamentos 30 a 90 dias após o tratamento inicial (Glucantime® em 2, anfotericina lipossomal em 3 e pentamidina em 2). Foi necessário um 3º tratamento em 5 casos, anfotericina lipossomal em 3, Glucantime® em 1 e pentamidina em 1; em 2 casos foi necessário ainda um 4º ciclo de tratamento, ambos com pentamidina. Conclusão . A leishmaniose tegumentar disseminada pode estar associada à necessidade de múltiplos tratamentos, independentemente do esquema inicialmente escolhido e/ou comorbidade dos pacientes. Como em outras formas ou expressões da LT, pouco se conhece sobre o melhor esquema de tratamento a ser indicado, evolução clínica esperada e potenciais complicações. É pouco para se estabelecer condutas de consenso. |