APLICABILIDADE DA FERRAMENTA PAT-TB PARA REDUZIR O ABANDONO DO TRATAMENTO EM SERVIÇO DE HIV/TB |
O Escore de Probabilidade de abandono do Tratamento da Tuberculose (PAT-TB) é um escore validado no Brasil que utiliza a regressão logística e a rede neural para auxiliar a triar os casos mais prováveis de abandono do tratamento de tuberculose. É utilizado para contribuir na tomada de decisão na prática assistencial. Objetiva-se analisar as características clínicas e os dados de escore PAT-TB de pacientes em acompanhamento clínico de tuberculose. Trata-se de um estudo do tipo coorte prospectivo. O escore é aplicado pelo enfermeiro na primeira consulta ambulatorial. Foi realizada análise do escore e do desfecho do tratamento em pacientes com diagnóstico clínico-laboratorial de tuberculose na Unidade de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian da UFMS, no período de 2012 a 2017. A amostra analisada foi de 78 indivíduos. Os indivíduos eram predominantemente da faixa etária de 18-43 anos (59%) (46/78), e idade média de 43,6 anos (DP ± 15,8). O sexo masculino representou 69,2% (54/78), e pessoas que vivem com HIV/aids (PVHA) representou 41% (32/78). Desses, 11,5% (9/78) abandonaram o tratamento e 16,7% (13/78) realizaram o tratamento irregularmente. O tempo médio do início do tratamento até o abandono foi de cinco meses. Quanto a pontuação da ferramenta PAT-TB, 33,3% (26/78) dos pacientes tiveram escore baixo, 43% (34/78) intermediário e 23% (18/78) alto. Dos treze pacientes que realizaram o tratamento com irregularidade, 46,2% (6/13) obtiveram escore intermediário e 46,2% (6/13) obtiveram escore alto. Desses, 38,5% (5/13) eram pacientes com recidiva de tuberculose. Do total de usuários que abandonaram o tratamento, 77,8% (7/9) tiveram o escore alto ou intermediário, 33,3% (3/9) usavam drogas ilícitas e 33,3% (3/9) PVHA. Após a aplicação da ferramenta, os pacientes de escore alto tinham agendamento semanal ou quinzenal para criar vínculo e acompanhar a adesão ao tratamento. O uso do escore tem auxiliado em estratégias para diminuir a taxa de abandono e a irregularidade no tratamento. É uma ferramenta de baixo custo, fácil aplicabilidade e com um foco voltado para pacientes com maior risco de abandono. |