APLICABILIDADE DA FERRAMENTA PAT-TB PARA REDUZIR O ABANDONO DO TRATAMENTO EM SERVIÇO DE HIV/TB
WANESSA DA SILVA PERES BEZERRA 1, RAQUEL CORDEIRO RICCI1, THIAGO NASCIMENTO DO PRADO1, HANNA NATHALIA ANTUNES DE SOUZA1, THIAGO YUTA TAMAGUTI MAZIERO1, CLÁUDIA ELIZABETH VOLPE CHAVES1, ANAMARIA MELLO MIRANDA PANIAGO1, MARIA APARECIDA CAVICHIOLI1, ETHEL NOIA MACIEL 1, SANDRA MARIA DO VALLE LEONE DE OLIVEIRA1
1. UFMS - Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, 2. UFES - Universidade Federal do Espírito Santo, 3. HUMAP-EBSERH - Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian
wanessabezerra@outlook.com

O Escore de Probabilidade de abandono do Tratamento da Tuberculose (PAT-TB) é um escore validado no Brasil que utiliza a regressão logística e a rede neural para auxiliar a triar os casos mais prováveis de abandono do tratamento de tuberculose. É utilizado para contribuir na tomada de decisão na prática assistencial. Objetiva-se analisar as características clínicas e os dados de escore PAT-TB de pacientes em acompanhamento clínico de tuberculose. Trata-se de um estudo do tipo coorte prospectivo. O escore é aplicado pelo enfermeiro na primeira consulta ambulatorial. Foi realizada análise do escore e do desfecho do tratamento em pacientes com diagnóstico clínico-laboratorial de tuberculose na Unidade de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian da UFMS, no período de 2012 a 2017. A amostra analisada foi de 78 indivíduos. Os indivíduos eram predominantemente da faixa etária de 18-43 anos (59%) (46/78), e idade média de 43,6 anos (DP ± 15,8). O sexo masculino representou 69,2% (54/78), e pessoas que vivem com HIV/aids (PVHA) representou 41% (32/78). Desses, 11,5% (9/78) abandonaram o tratamento e 16,7% (13/78) realizaram o tratamento irregularmente. O tempo médio do início do tratamento até o abandono foi de cinco meses. Quanto a pontuação da ferramenta PAT-TB, 33,3% (26/78) dos pacientes tiveram escore baixo, 43% (34/78) intermediário e 23% (18/78) alto. Dos treze pacientes que realizaram o tratamento com irregularidade, 46,2% (6/13) obtiveram escore intermediário e 46,2% (6/13) obtiveram escore alto. Desses, 38,5% (5/13) eram pacientes com recidiva de tuberculose. Do total de usuários que abandonaram o tratamento, 77,8% (7/9) tiveram o escore alto ou intermediário,   33,3% (3/9) usavam drogas ilícitas e 33,3% (3/9) PVHA. Após a aplicação da ferramenta, os pacientes de escore alto tinham agendamento semanal ou quinzenal para criar vínculo e acompanhar a adesão ao tratamento. O uso do escore tem auxiliado em estratégias para diminuir a taxa de abandono e a irregularidade no tratamento. É uma ferramenta de baixo custo, fácil aplicabilidade e com um foco voltado para pacientes com maior risco de abandono.



Palavras-chaves:  Pacientes Desistentes do Tratamento, Prevalência, Tuberculose