EVOLUÇÃO DO PERFIL DE RESISTÊNCIA MICROBIANA EM HOSPITAIS CONVENIADOS A UMA OPERADORA DE PLANOS DE SAÚDE DE FORTALEZA-CEARÁ.
GLACYANA DA SILVA PINHEIRO 1,2, CARLOS VENICIO JATAI GADELHA FILHO1,2, IGOR MONTEIRO ALBUQUERQUE1,2, JOEL BEZERRA VIEIRA1,2, JESSICA FERREIRA ROMERO1,2, THAIS COSTA MATTOS1,2, VICENTE DE SOUZA LIMA NETO1,2, ANDRÉ DE JESUS ROLDAN VIANA1,2, ALBERTO DE OLIVEIRA JUNIOR1,2
1. UNIMED FORTALEZA - Unimed Fortaleza, 2. UFC - Universidade Federal do Ceará
GLACYANAPINHEIRO@GMAIL.COM

A ocorrência de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) é uma situação muito prevalecente nos serviços de saúde brasileiros, levando ao uso das mais diversas classes de antimicrobianos (ANVISA, 2017). Neste contexto, buscou-se analisar o perfil de crescimento microbiano em hospitais de Fortaleza/CE. Para tal realizou-se um estudo de caráter observacional e retrospectivo, em dez hospitais conveniados a uma operadora de planos de saúde, feito por levantamento de culturas de pacientes em antibioticoterapia entre janeiro/2009 e maio/2018.  Foram excluídos do estudo aqueles em uso de antibiótico profilático. A coleta de dados foi feita por auditoria prospectiva de prontuários médicos. Os dados foram analisados no Microsoft Excel for Windows® 2013. Avaliou-se 37.286 culturas de 14.674 pacientes, das quais 23.025 (61,75%) coletadas em vigência do antibiótico, 10.962 (29,39%) de pacientes de UTI e 12.144 (32,56%) positivas. Há uma prevalência de bactérias, 29,04% (10.830;12.144), das quais sobressaem-se as gram negativas, 78,39% (8.490;10.830), seguindo os dados encontrados na literatura, como em FARIAS (2010) que mostra estas bactérias como as mais frequentes no Brasil. Destas, 24,24% (2.626;10.830) são Pseudomonas aeruginosa , 18,42% (1.995;10.830) Klebsiella pneumoniae e 13,06% (1.415;10.830) Escherichia coli . Quando comparados aos estudos de DAMASCENO et al (2008) observa-se um padrão de crescimento microbiano semelhante, com maior frequência de P. aeruginosa (19,5%) e E. coli (17,3%). De 2009 a 2015 o microrganismo mais prevalente foi P. aeruginosa , 22,55% (1.910:8.467), enquanto que de 2016-2018 foi a K. pneumoniae , aparecendo em 22,96% (762;3.318) das culturas positivas, inferindo uma mudança na principal espécie de bactéria nestas unidades. Nestes últimos três anos nota-se um aumento nas culturas sugestivas de KPC, 11,87% (394;3.318), em relação ao encontrado em 2009 a 2015, 4,67% (396;8467), alertando para o aumento desse padrão de resistência, conforme os estudos de Menezes et al (2007), onde foram isolados KPC em 15% das culturas positivas de um hospital de Fortaleza. Contudo, nota-se maior frequência de infecções causadas por bactérias gram negativas, e que estamos encarando uma mudança significativa do perfil destas bactérias, tanto em relação a espécie mais presente no ambiente hospitalar, quando ao padrão de resistência antimicrobiana apresentado.

Palavras-chaves: Antimicrobianos, auditoria, bactérias, hospitais, resistência.



Palavras-chaves:  Antimicrobianos, Auditoria, Bactérias, Hospitais, Resistência