EVOLUÇÃO DO PERFIL DE RESISTÊNCIA MICROBIANA EM HOSPITAIS CONVENIADOS A UMA OPERADORA DE PLANOS DE SAÚDE DE FORTALEZA-CEARÁ. |
A ocorrência de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) é uma situação muito prevalecente nos serviços de saúde brasileiros, levando ao uso das mais diversas classes de antimicrobianos (ANVISA, 2017). Neste contexto, buscou-se analisar o perfil de crescimento microbiano em hospitais de Fortaleza/CE. Para tal realizou-se um estudo de caráter observacional e retrospectivo, em dez hospitais conveniados a uma operadora de planos de saúde, feito por levantamento de culturas de pacientes em antibioticoterapia entre janeiro/2009 e maio/2018. Foram excluídos do estudo aqueles em uso de antibiótico profilático. A coleta de dados foi feita por auditoria prospectiva de prontuários médicos. Os dados foram analisados no Microsoft Excel for Windows® 2013. Avaliou-se 37.286 culturas de 14.674 pacientes, das quais 23.025 (61,75%) coletadas em vigência do antibiótico, 10.962 (29,39%) de pacientes de UTI e 12.144 (32,56%) positivas. Há uma prevalência de bactérias, 29,04% (10.830;12.144), das quais sobressaem-se as gram negativas, 78,39% (8.490;10.830), seguindo os dados encontrados na literatura, como em FARIAS (2010) que mostra estas bactérias como as mais frequentes no Brasil. Destas, 24,24% (2.626;10.830) são Pseudomonas aeruginosa , 18,42% (1.995;10.830) Klebsiella pneumoniae e 13,06% (1.415;10.830) Escherichia coli . Quando comparados aos estudos de DAMASCENO et al (2008) observa-se um padrão de crescimento microbiano semelhante, com maior frequência de P. aeruginosa (19,5%) e E. coli (17,3%). De 2009 a 2015 o microrganismo mais prevalente foi P. aeruginosa , 22,55% (1.910:8.467), enquanto que de 2016-2018 foi a K. pneumoniae , aparecendo em 22,96% (762;3.318) das culturas positivas, inferindo uma mudança na principal espécie de bactéria nestas unidades. Nestes últimos três anos nota-se um aumento nas culturas sugestivas de KPC, 11,87% (394;3.318), em relação ao encontrado em 2009 a 2015, 4,67% (396;8467), alertando para o aumento desse padrão de resistência, conforme os estudos de Menezes et al (2007), onde foram isolados KPC em 15% das culturas positivas de um hospital de Fortaleza. Contudo, nota-se maior frequência de infecções causadas por bactérias gram negativas, e que estamos encarando uma mudança significativa do perfil destas bactérias, tanto em relação a espécie mais presente no ambiente hospitalar, quando ao padrão de resistência antimicrobiana apresentado. Palavras-chaves: Antimicrobianos, auditoria, bactérias, hospitais, resistência. |