OS DESAFIOS DE IMPLANTAÇÃO DA PROFILAXIA PRÉ-EXPOSIÇÃO, FRENTE AO COMBATE DO HIV NO BRASIL: REVISÃO DE LITERATURA. |
A profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP) está se tornando uma estratégia crucial para a prevenção do vírus. Através do uso oral do esquema antirretroviral composto por emtricitabina e tenofovir, em homens que fazem sexo com homens, mulheres transexuais HIV-negativos e cassais sorodiscordantes propensos a serem infectados pelo HIV através de contatos sexuais com seus parceiros soropositivos. A PrEP já disponível nos Estados Unidos, está sendo implandada no Brasil. Porém, ainda existe uma necessidade de avaliação e compreenção sobre os possíveis fatores de risco dessa nova estrátegia.Objetivou-se analisar as evidências ciêntificas da PrEP na literatura cientifíca, avaliando fatores de risco da sua implantação no Brasil. Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, constituida por 12 artigos, em pesquisa realizada nas plataformas MedLine, PubMed, LILACS e Scielo. Inicialmente, resultando em 32 artigos encontrados, através dos descritores Hiv AND Profilaxia Pré-exposição acessível no DECS. Sendo selecionados 12 artigos, destes 10 estudos na MEDLINE em inglês e 2 na PubMed em português. Não foi encontrado nenhum estudo LILACS e Scielo . Tais estudos são disponibilizados na íntegra e publicados no período de 2017 a 2018. Pode-se observar que todos os artigos incluídos no estudo relatavam a eficácia da PrEP . Contudo, é evidenciado que a principal preocupação dos profissionais de saúde está relacionada a contaminação por outras Infecções Sexualmente Transmissíveis, visto que com o uso da PrEP poderá haver a diminuição substancial do uso do preservativo nas relações sexuais. A baixa escolaridade e o conhecimento deficiente acerca da terapia, são mensurados como fatores de risco em 43% dos artigos. Além disso, há os efeitos colaterais relacionados ao uso do ARV e uso de drogas que podem influenciar negativamente na adesão a PrEP, fator determinante para a eficácia da terapia. O estigma social, as barreiras pessoais e estruturais, associadas à um sistema público de saúde, trouxe preocupação em 35% dos estudos. Logo, medidas interventivas que abordem a conscientização da PrEP e a percepção de risco do HIV entre os pacientes elegiveis a terapia, são necessárias para maximizar o impacto dessa estratégia de prevenção na redução da infecção por HIV no Brasil. Além disso, torna-se evidente a necessidade de novos estudos nacionais que se aprofudem na análise desta temática. |