Temporal evolution in the patterns of transmission routes and sources of infection in global outbreaks of human toxoplasmosis - a systematic review
FERNANDA PINTO FERREIRA 1, ELOIZA TELES CALDART1, ALINE KUHN SBRUZZI PASQUALI1, ROBERTA LEMOS FREIRE1, REGINA MITSUKA-BREGANÓ1, ITALMAR TEODORICO NAVARRO1
1. UEL - Universidade Estadual de Londrina, 2. UNOESC - Universidade Oeste de Santa Catarina
nandaferreiravet@gmail.com

O primeiro surto de toxoplasmose descrito na literatura ocorreu em 1965, em um seminário em Bragança Paulista, São Paulo, Brasil. Após a primeira descrição, outros surtos foram relatados em todos os continentes, sendo que as principais vias de transmissão envolvidas foram carne e derivados, leite não pasteurizado, vegetais e água contaminados. O objetivo do trabalho foi avaliar a progressão temporal das prováveis fontes de infecção e vias de transmissão descritas em artigos sobre surtos de toxoplasmose humana do mundo. A revisão sistemática foi realizada com busca das palavras-chave “ Toxoplasma AND outbreak OR toxoplasmosis AND outbreak” nas bases Scielo, Web of Science, Pubmed e Scopus. A organização, exclusão e seleção das referências foram realizadas no sistema Mendeley e para as análises estatísticas utilizou-se o programa estatístico R 3.4.1. Foram selecionados 35 relatos de surtos de toxoplasmose aguda, dos quais coletamos os dados de ano e país de ocorrência, provável via de transmissão e/ou fonte de infecção, número de acometidos e grupo acometido. A incidência de surtos devidos às formas parasitárias de esporozoíta (oocisto) e bradizoíta (cisto) foi de 45,7% (16/35) para cada uma, enquanto que por taquizoítas foi de 8,6% (3/35). Nas décadas de 1960 e 1990 os surtos ocorreram principalmente pela ingestão de cistos em carne e derivados; na de 1980, por meio de leite contaminado com taquizoítas e na de 2000 devido a presença de oocistos em água e ao contato com fezes de felinos. A partir de 2010 houve um aumento na incidência de surtos por ingestão de oocistos em vegetais crus. Observou-se uma mudança na epidemiologia dos surtos nos últimos 20 anos. É importante que haja uma maior atenção no setor de produção e higiene de vegetais, na qualidade da água de consumo e utilizada nas etapas de produção e a adoção de legislação para a rastreabilidade com o objetivo de eliminar as rotas de transmissão, evitar a exposição ou inativar o parasita antes do consumo.



Palavras-chaves:  Toxoplasma gondii, oocistos, água, vegetais, homem