SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA MICROCEFALIA. MACRORREGIÃO NORTE DA BAHIA, 2015-2018*.
HELDER SILVEIRA COUTINHO 1,2, PALOMA RAQUEL OLIVEIRA DE ALMEIDA 1,2, BRUNO LOPES RIOS 1,2, EULINA SILVA BRAGA1,2, JUCINARA VIANA DE ALCÂNTARA COUTINHO1,2, RAFAELA MENDES VALE1,2
1. NRS/SESAB - NÚCLEO REGIONAL DE SAÚDE NORTE/ SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA, 2. UNIVASF - UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
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A microcefalia é uma malformação congênita associada a um crescimento insuficiente do cérebro, avaliado pela tabela do Intergrowth. Desde a epidemia do vírus Zika ocorrida no primeiro semestre de 2015, no Brasil, associou-se as malformações congênitas e condições neurológicas com a infecção por esse vírus durante a gestação. Os recém-nascidos com microcefalia correm o risco de atraso no desenvolvimento, incapacidade física e intelectual, dificuldades auditivas e visuais. Assim, houve a necessidade de monitorar integralmente essas malformações congênitas decorrentes de infecções durante a gestação. Assim, objetiva-se realizar o levantamento epidemiológico dos casos suspeitos de microcefalia e/ou outras alterações congênitas notificados na Macrorregião Norte da Bahia. Trata-se de um estudo descritivo, com dados obtidos no Sistema de Registro de Eventos em Saúde Pública (RESP). Aplicando o critério município de residência para realizar a pesquisa, foram coletados os casos suspeitos de microcefalia e/ou outras alterações congênitas notificados nos municípios da Macrorregião Norte da Bahia, no período entre 2015 e abril de 2018. Para auxílio da análise utilizou-se o software excel 2013. Na Macrorregião Norte da Bahia foram notificados 112 casos suspeitos de microcefalia e/ou outras alterações congênitas, correspondendo a 6,30% dos casos do Estado no período em análise. Do total de casos notificados, 39 (34,82%) foram confirmados, sendo 02 (5,13%) pela detecção do Zika vírus (RT-PCR), 01 (2,56%) pela identificação STORCH (Sífilis, Toxoplasmose, Rubéola, Citomegalovírus ou Herpes) e 36 (92,31%) por critérios de imagem e clínico-epidemiológico. Além disso, 07 (6,25%) casos foram descartados e 66 (58,93%) permanecem em investigação. Em relação à faixa etária das genitoras, observou-se que 58 (51,78%) estão entre 20 e 29 anos. Nota-se que 24 (85,71%) municípios da macrorregião notificaram pelo menos 01 caso suspeito. Os municípios de Juazeiro e Senhor do Bonfim concentraram maior número de casos, 19 (16,96%) e 20 (17,86%) respectivamente. Dessa forma, nota-se a necessidade dos municípios continuarem os trabalhos de vigilância dos casos notificados, bem como intensificar as atividades de busca ativa naqueles silenciosos. Ressalta-se a importância da assistência às crianças com microcefalia e/ou outras alterações congênitas, atividades multiprofissionais de estimulação precoce, ações preventivas e garantia dos exames diagnósticos para acompanhamento desses casos.



Palavras-chaves:  EPIDEMIOLOGIA, MICROCEFALIA, ZIKA VÍRUS