ACIDENTES ESCORPIÔNICOS REGISTRADOS NO INTERIOR DA AMAZÔNIA: UM CORTE EPIDEMIOLÓGICO DE 2007- 2016
ALEXANDRE VASCONCELOS DEZINCOURT 1, EDSON JANDREY COTA QUEIROZ1, ANA PAULA DA COSTA DINIZ1, CAROLINE GOMES MACÊDO1, EVERALDO DE SOUZA OTONI NETO1, EMANUEL ROBERTO FIGUEIREDO DA SILVA1, TYALA OLIVEIRA FEITOSA GOMES1
1. UEPA - Universidade do Estado do Pará - CAMPUS XXII
alexandredezincourt@hotmail.com

Os escorpiões são artrópodes que podem causar com sua picada um quadro de envenenamento humano cuja gravidade e evolução podem variar amplamente, havendo casos de morte ou de sequelas temporárias ao trabalho. No contexto da saúde pública brasileira, os escorpiões representam um grave risco, especialmente nas áreas urbanas, devido não apenas à alta incidência, mas também à potencial gravidade dos casos ocorridos. No Brasil, os escorpiões do gênero Tityus , com destaque para a espécie Tityus serrulatus , atualmente é o responsável pelo maior número de casos de picadas de escorpião no país, pois possui o veneno mais potente e está mais adaptado a área domiciliar urbana, sendo assim de importância para saúde pública. O escorpionismo deve ser objeto constante de ações públicas, visando principalmente ao maior esclarecimento e à mudança de comportamento da população. Para isso, é de alta relevância o conhecimento da epidemiologia do agravo. Diante ao exposto, objetivou-se determinar os aspectos epidemiológicos dos acidentes escorpiônicos registrados no município de Santarém, Pará, no período de 2007-2016. Trata-se de um estudo transversal e retrospectivo com uma abordagem quantitativa, cuja base de dados foi o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Encontrou-se um total de 1416 casos, predominantemente na região do Baixo Amazonas (1408 casos), com a maioria dos casos (40%) classificada como leve e com o tempo entre a picada e o atendimento ocorrendo, majoritariamente (19%), em um intervalo de 12 a 24 horas. Predominante ao sexo masculino (72%), etnia parda (85%) e em indivíduos com idade entre 20-39 anos (36%), quanto a escolaridade, a maioria não possui nenhuma formação educacional. Em 98% dos casos notificados houve cura, entretanto, registraram-se 3 óbitos no intervalo de tempo do estudado. Enfatiza-se para necessidade de melhorias no processo de notificação de acidentes por escorpião e sugere-se considerar seus determinantes para o planejamento e direcionamento de intervenções por parte do serviço público de saúde.



Palavras-chaves:  Amazônia, Epidemiologia, Escorpiões