A INCIDÊNCIA DA DOENÇA DE CHAGAS NO PERÍODO DE 2008 A 2013 NO MUNICÍPIO DE BELÉM DO PARÁ |
A doença de Chagas (DC) é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi . A transmissão ocorre por via oral, vetorial extradomiciliar, vetorial domiciliar ou peridomiciliar sem colonização do vetor. A vigilância epidemiológica detectou vários casos, principalmente na região Norte do país, especialmente no Pará. Sintomas são cansaço, febre, hepatoesplenomegalia e linfonodomegalia; em estágios mais graves, a DC acomete principalmente o coração levando à insuficiência cardíaca crônica. A contaminação é mais comum por alimentos infectados. No Pará, os picos de registros combinam com a safra do açaí, demonstrando uma relação dos casos da doença com o abatimento do fruto manipulado de maneira imperfeita. Assim, o presente estudo vem descrever o perfil dos casos de doença de Chagas no município de Belém do Pará, bem como o cenário entomológico, durante os anos de 2008 a 2013, de acordo com dados publicados pelo DATASUS. Isso através da coleta de dados disponíveis no DATASUS, onde foi pesquisada a incidência da DC no período de 2008 a 2013 no estado do Pará. O público alvo foram as pessoas notificadas com a doença nessa região nesse período. De acordo com dados coletados pelo DATASUS, entre os anos de 2008 a 2013, a frequência do surgimento da DC foi maior em pessoas entre 20 e 39 anos. Em 2010 houve maior incidência, representando 62,04%. A prevalência da doença foi maior no sexo masculino, e no ano de 2013 representou 61,40% dos casos. Belém-PA não obteve maior incidência de DC com relação aos outros municípios, segundo dados do DATASUS, apenas com destaque em 2008, onde teve uma prevalência de 66%, indicando a necessidade de estratégias de vigilância e controle do agravo, compatíveis com o padrão epidemiológico atual. A via de transmissão mais prevalente entre 2008 e 2013 foi a oral, com maior notificação em 2009, 85,18%. A maior prevalência foi em moradores que se identificaram como pardos. Com ações nas áreas endêmicas, foi possível diminuir a presença dos triatomideos nos domicílios e em seu redor; além de conscientizar a população quanto ao caráter contínuo da profilaxia. Por essas ações, a DC, antes epidêmica em regiões do Brasil, hoje é bem controlada em zonas urbanas, sendo consideradas erradicadas em algumas regiões. Mas em áreas rurais, onde a população é de baixo nível social, a DC ainda é um problema grave, que depende de ações políticas que foram empregadas nas zonas urbana e periurbanas para o controle da doença. |