INFLUÊNCIA DA MICROBIOTA NA SUSCEPTIBILIDADE DE Aedes aegypti E Culex quinquefasciatus AO VÍRUS DA DENGUE, SOROTIPO 1.
GABRIEL GAZZONI ARAÚJO GONÇALVES1,2, DAIVYANE ALINE MOTA DA ROCHA 1,2, WELLINGTON DE ALMEIDA OLIVEIRA1,2, JORGE BELÉM OLIVEIRA JÚNIOR1,2, ANA KAROLLYNA DO NASCIMENTO PAZ1,2, FÁBIO ANDRÉ BRAYNER DOS SANTOS1,2, LUIZ CARLOS ALVES1,2
1. IAM (FIOCRUZ/PE) - Instituto Aggeu Magalhães, 2. LIKA/UFPE - Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami, 3. UPE - Universidade de Pernambuco
daivyanemota@gmail.com

O vírus da Dengue tem causado sérios problemas de saúde pública, podendo ser transmitido por mosquitos do gênero Aedes , sendo Aedes aegypti a única espécie descrita como vetor do vírus da Dengue no Brasil. Apesar de Culex quinquefasciatus ser muito comum em território brasileiro, não é considera vetor para esse vírus. Logo, é importante identificar por quais motivos há diferença para transmissão do vírus da Dengue. Um dos pontos é a influência da microbiota na susceptibilidade dos mosquitos ao vírus da Dengue. Esse trabalho tem como objetivo avaliar a influência da microbiota na susceptibilidade de Ae. aegypti e Cx. quinquefasciatus ao sorotipo 1 do vírus da Dengue. Assim, foram avaliadas a taxa de infecção (TI), disseminação da infecção (TDI) e potencial de transmissão viral (PTV) de mosquitos infectados com vírus da Dengue (sorotipo 1) tratados e não tratados com antimicrobianos nas seguintes concentrações: gentamicina (0,1 mg/µL), penicilina (100 U/µL) e estreptomicina (100 µg/µL). Esse tratamento durou 7 dias e após, foi realizada a infecção artificial dos mosquitos com o vírus da Dengue com tempos de 4 e 7 dias após a infecção (DPI), com retirada do toráx/abdomen para avaliar o TI, cabeça para TDI e glândulas salivares para PTV. Em Cx. quinquefasciatus , as porcentagens da TI e TDI, tanto para o grupo tratado quanto para não tratado com antimicrobianos em todos os tempos de estudo, foram de 0%. Além disso, não houve PTV para ambos os grupos e ambos os tempos. Analisando Ae. aegypti, foi observado que os mosquitos tratados com antimicrobianos obteve uma melhora na TI de 20% e 10% nos tempos 4° e 7° dpi, respectivamente. Para TDI, novamente ocorreu uma melhora (54,2%), entretanto, esse aumento foi somente observado no 4° dpi. O PTV foi observado em todos os tempos estudados, exceto pelo 4° dpi dos mosquitos não tratados, que apresentou ausência de potencial de transmissão. O fato de que Ae. aegypti tratado ter um PTV com 4 dpi e o não tratado estar ausente, nos mostra que o tratamento auxilia na susceptibilidade dos mosquitos nesse tempo. Esses resultados mostram que a microbiota não interfere na susceptibilidade do vírus da Dengue em Cx. quinquefasciatus , mas para Ae. aegypti , a ausência da microbiota torna essa espécie de mosquisto mais susceptível ao vírus, principalmente no 4° dpi. Visto isto, pode-se concluir que a microbiota influência a susceptibilidade ao sorotipo 1 do vírus da Dengue em Ae. aegypti .  



Palavras-chaves:  Aedes, Antibiótico, Culex, Dengue