REVISÃO SISTEMÁTICA DA LETALIDADE DA COINFECÇÃO LEISHMANIOSE-HIV.
MARINA LIMA LIBÓRIO DE AZEVEDO MELLO1, CARINA RAFAELA DO ESPIRITO SANTO CARVALHO CARDOSO1, LUÍSA MAGALHÃES DE FIGUERÊDO 1, REGINA COELI FERREIRA RAMOS1
1. UNICAP - Universidade Católica de Pernambuco, 2. HUOC - Hospital Universitário Oswaldo Cruz, 3. HC - Hospital de Cascais, Dr José de Almeida
marinaliborio96@gmail.com

A co-infecção Leishmaniose/HIV (L/HIV), preocupação emergente em saúde pública sobretudo em áreas endêmicas, acarreta um prognóstico desfavorável justificado por acelerar a evolução de ambas as doenças, pois os dois patógenos atingem o sistema imunológico, agravando o quadro clínico de ambas as doenças, podendo ser até fatal se não diagnosticado e tratado adequadamente. O Brasil está entre os 6 países que compõem 90% dos casos de Leishmaniose Visceral ao redor do mundo, que apresentam média de 8,1% de letalidade. Esse estudo transversal analítico objetivou avaliar o grau de letalidade da co-infecção Leishmaniose/HIV. A base de dados usada para a pesquisa foi o PubMed, utilizando o MESH “Leishmaniasis, hiv and death”, com um total de 67 artigos encontrados. Critérios de inclusão: artigos cujo conteúdo mencione morte ou letalidade. Critérios de exclusão: publicações prévias ao ano 2000, que não avaliem a co-infecção Leishmaniose/HIV. Restaram 10 artigos para essa revisão sistemática. Identificaram-se 3.568 doentes co-infetados, com média de 35,5 anos de idade e predomínio do sexo masculino. A letalidade, quantificada em 2.271 pacientes co-infectados, evoluiu ao óbito em 15,4%. Em todos os artigos revistos, a soropositividade HIV pareceu influenciar negativamente no diagnóstico de leishmaniose ao associar-se a quadros clínicos atípicos, como diarreia, perda ponderal e evolução arrastada. Quanto ao diagnóstico, três dos artigos relataram o momento de diagnóstico da leishmaniose concomitante ao de HIV em 355 pacientes e, em 348, foi posterior. Na análise realizada a co-infecção L/HIV foi fator relevante de mau prognóstico e ao sinergismo prejudicial de ambas as doenças, que podem interligar-se à fatores como risco aumentado de toxicidade medicamentosa e comorbidade de doença crônicas. Observou-se que o momento do diagnóstico pode ser decisivo em relação ao coeficiente de óbito, além de que essa taxa aumenta relativamente na presença de coinfecção L/HIV. Em conclusão, a leishmaniose, considerada doença oportunista é um fator de risco aos pacientes soropositivos, já que o coeficiente de letalidade aumenta na presença da coinfecção com HIV e, portanto, é imperioso que mais estudos sejam feitos a fim de intensificar as medidas de educação tanto aos clínicos, pela necessidade do diagnóstico precoce, quanto aos doentes, para maior controle e vigilância.



Palavras-chaves:  AIDS, Coinfecção, HIV, Leishmaniose, letalidade