ANÁLISE DE BIÓPSIAS CUTÂNEAS E PERFIL DE PACIENTES ATENDIDOS NA DERMATOLOGIA DO HC/UFPE COM SUSPEITA CLÍNICA DE LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA |
Estima-se que cerca de 350 milhões de pessoas estejam sob o risco de adquirirem leishmaniose, a qual possui aproximadamente 2 milhões de novos casos das diferentes formas clínicas ao ano, sendo 500.000 relacionadas à Leishmaniose Visceral (LV) e 1.500.000 à Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA). O objetivo do trabalho foi analisar as biópsias e o perfil dos pacientes atendidos na dermatologia do Hospital das clínicas da Universidade Federal de Pernambuco HC/UFPE durante o ano de 2016 e que apresentavam suspeita clínica para LTA. Dezesseis pacientes procuraram o serviço de atendimento na dermatologia do HC/UFPE no ano de 2016 e tiveram através da análise e verificação médica, suspeita clínica para infecção por leishmaniose. Do total, foi verificado que a idade média predominante dos pacientes era 54 anos, que três dos dezesseis pacientes (18,75%) moram no Município de Igarassu/PE e ainda que apenas duas eram do sexo feminino (12,5%). Quanto aos laudos histopatológicos, apenas dois foram caracteristicamente determinantes para leishmaniose desde a análise inicial, três demonstraram na análise histopatológica presença de plasmócitos, o que configura ainda uma possível infecção por Leishmania, mesmo sem a presença de amastigotas, e que cinco amostras tiveram laudo sugerido como carcinoma. Os dados mostram que são pacientes em idade de efetivo exercício de trabalho, e em sua maioria homens que moram na região Metropolitana do estado de Pernambuco. A análise é pertinente quanto ao uso de mais de uma metodologia para um diagnóstico, como a biologia molecular ou ainda a sorologia, uma vez que a análise histopatológica realizada isoladamente frente à ferimentos antigos nem sempre são viáveis ao diagnóstico uma vez que diferentes processos cicatriciais e de inflamação modificam características fundamentais à análise. A LTA vem ocorrendo de forma endêmico-epidêmica apresentando diferentes padrões de transmissão, constituindo um importante problema de saúde pública pela sua magnitude, transcendência e pouca vulnerabilidade às medidas de controle. È necessário que sejam realizados estudos que englobem desde sua epidemiologia à métodos de diagnósticos à fim que viabilizem o rápido e efetivo diagnóstico e eficaz tratamento a cada paciente. |