ESCREVENDO A HISTÓRIA DA DIVERSIFICAÇÃO DO COMPLEXO DE ESPÉCIES TRIATOMA BRASILIENSIS: UMA ABORDAGEM COMBINADA BASEADA EM MARCADORES DO DNA MITOCONDRIAL E MICROSSATÉLITES
CARLOS EDUARDO ALMEIDA 1, MAUD LECOMTE1, PAULA L MARCET1, PETER SHUM1, VAGNER J MENDONÇA1, JOÃO A DA ROSA1, JANE COSTA1, MYRIAM HARRY1
1. UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas, 2. UFPB - Universidade Estadual de Campinas, 3. CNRS - Centre national de la recherche scientifique, 4. UNESP - Universidade Estadual Paulista, 5. UH - University of Hull, 6. IOC/FIOCRUZ - Instituto Oswaldo Cruz, 7. CDC - Centers for Disease Control and Prevention
almeida_ce@hotmail.com

O complexo Triatoma brasiliensis é um grupo monofilético que apresenta espécies com variados graus de sinantropia, ocorerndo na Caatinga, no nordeste do Brasil. Dentre os membros deste complexo, T. brasiliensis é o mais importante sob o ponto de vista epidemiológico. Com o objetivo de compreender o histórico de diversificação dentro do complexo de espécies T. brasiliensis , aplicamos dois marcadores moleculares independentes (gene mitocondrial cytb e 8 loci de microssatélites) para membros de quatro espécies: 108 T. brasiliensis (5 populações), 92 T. juazeirensis (4 populações), 327 T. sherlocki (9 populações) e 45 T. melanica (2 populações). A amostragem foi coletada ao longo de um transecto de 1.099 km no eixo Norte-Sul da distribuição geográfica destes táxons no Nordeste brasileiro. O cenário mais provável e identificado por computação Bayesiana (ABC) indicou que a diversificação do complexo T. brasiliensis envolveu uma bifurcação simplista e acreditamos que a flutuação climática do Pleistoceno durante o quaternário criou remanescentes adequados com florestas estáveis para permitir que o ancestral de T. sherlocki iniciasse o processo. diversificação. Depois disso, o processo seguiu duas rotas: a primeira deu origem a T. melanica (~ 4000 anos, ~ 8130 gerações atrás) e a ancestral delas seguiu uma rota Central-Norte para originar T. juazeirensis (~ 3000 anos, ~ 6560 gerações atrás) e, em seguida, T. brasiliensis (~ 2500 anos, ~ 5000 gerações atrás) após a travessia do Rio São Francisco.



Palavras-chaves:  Triatoma brasiliensis, filogeografia, computação Bayesiana