ESCREVENDO A HISTÓRIA DA DIVERSIFICAÇÃO DO COMPLEXO DE ESPÉCIES TRIATOMA BRASILIENSIS: UMA ABORDAGEM COMBINADA BASEADA EM MARCADORES DO DNA MITOCONDRIAL E MICROSSATÉLITES |
O complexo Triatoma brasiliensis é um grupo monofilético que apresenta espécies com variados graus de sinantropia, ocorerndo na Caatinga, no nordeste do Brasil. Dentre os membros deste complexo, T. brasiliensis é o mais importante sob o ponto de vista epidemiológico. Com o objetivo de compreender o histórico de diversificação dentro do complexo de espécies T. brasiliensis , aplicamos dois marcadores moleculares independentes (gene mitocondrial cytb e 8 loci de microssatélites) para membros de quatro espécies: 108 T. brasiliensis (5 populações), 92 T. juazeirensis (4 populações), 327 T. sherlocki (9 populações) e 45 T. melanica (2 populações). A amostragem foi coletada ao longo de um transecto de 1.099 km no eixo Norte-Sul da distribuição geográfica destes táxons no Nordeste brasileiro. O cenário mais provável e identificado por computação Bayesiana (ABC) indicou que a diversificação do complexo T. brasiliensis envolveu uma bifurcação simplista e acreditamos que a flutuação climática do Pleistoceno durante o quaternário criou remanescentes adequados com florestas estáveis para permitir que o ancestral de T. sherlocki iniciasse o processo. diversificação. Depois disso, o processo seguiu duas rotas: a primeira deu origem a T. melanica (~ 4000 anos, ~ 8130 gerações atrás) e a ancestral delas seguiu uma rota Central-Norte para originar T. juazeirensis (~ 3000 anos, ~ 6560 gerações atrás) e, em seguida, T. brasiliensis (~ 2500 anos, ~ 5000 gerações atrás) após a travessia do Rio São Francisco. |