ARBOVIROSES: DESAFIOS PARA ATENÇÃO PRIMÁRIA E IMPLICAÇÕES PARA A SAÚDE PÚBLICA |
Os arbovírus têm sido motivo de grande preocupação em saúde pública, e tem se tornado um grande desafio para atenção primária em todo o mundo. Esse conjunto é composto por centenas de vírus que compartilham a característica de serem transmitidos por artrópodes. Os vírus mais importantes para a saúde humana são os transmitidos por culicídeos, principalmente dos gêneros Culex e Aedes. O objetivo desse trabalho foi realizar uma revisão literária sobre o desafio das Arboviroses na atenção primaria e suas implicações na saúde pública. A pesquisa foi realizada mediante a seleção de 12 artigos publicados em revistas Brasileiras e internacionais entre os anos de 2010 a 2018, através de vários motores de busca, tais como o SciELO, PUBMED, LILACS e o Portal do Ministério da Saúde, através da combinação dos seguintes descritores: “Arboviroses” e Atenção Primaria”, “Atenção em Saúde” e “ Aedes aegypti”. As manifestações clínicas da infecção por arbovírus podem variar desde a doença febril leve e indiferenciada a síndromes febris neurológicas, articulares e hemorrágicas. No contexto epidemiológico brasileiro, os arbovírus de maior circulação são DENV, CHIKV e ZIKV, embora existam outros com potencial de disseminação no País. O impacto da cocirculação viral ainda é pouco conhecido, a qual teoricamente resultaria em viremias mais intensas ou outras alterações imunológicas que poderiam ser o gatilho para doenças autoimunes, como a síndrome de Guillain-Barré. O impacto na morbidade e mortalidade se intensifica à medida que extensas epidemias pressupõem grande número de indivíduos acometidos, casos graves e implicações sobre os serviços de saúde, principalmente diante da ausência de tratamento, vacinas e medidas efetivas de prevenção e controle. As arboviroses são um crescente problema de saúde pública no mundo, principalmente pelo potencial de dispersão, pela capacidade de adaptação a novos ambientes e hospedeiros, pela possibilidade de causar epidemias extensas, pela susceptibilidade universal e pela ocorrência de grande número de casos graves, com acometimento neurológico, articular e hemorrágico. A introdução de qualquer arbovírus em área indene ou com a presença do vetor nunca deve ser negligenciada. Dessa maneira, o enfrentamento de arboviroses exige políticas bem como intervenções de amplo espectro, envolvendo vários setores da sociedade, não somente a área da saúde. |