VALOR PREDITIVO DO DIAGNÓSTICO CLÍNICO DE CANDIDÍASE VULVOVAGINAL EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO DE GOIÂNIA, GOIÁS |
Candidíase vulvovaginal (CVV) é uma infecção comum na população feminina mundial, sendo a segunda mais frequente na região vaginal. O diagnóstico clínico de CVV, geralmente, é realizado pela constatação de sinais e sintomas apresentados pela mulher como hiperemia, leucorreia, prurido, disúria e dispareunia. Esses sinais, entretanto, podem estar presentes em infecções causadas por outros microrganismos, dificultando o diagnóstico clínico. A cultura é considerada padrão-ouro para o diagnóstico de CVV, haja vista que as espécies de Candida são capazes de crescer em diferentes meios de cultivo. Este trabalho teve como objetivo verificar o valor preditivo (VPP) do diagnóstico clínico de CVV em comparação à cultura. O presente estudo foi realizado entre fevereiro de 2016 e fevereiro de 2017, no ambulatório de ginecologia de um hospital terciário em Goiânia, Goiás. Foram incluídas 55 mulheres que apresentaram suspeita clínica de CVV e que concordaram em participar da pesquisa. As amostras de secreção vulvovaginal, coletadas em duplicata, foram inoculadas em cultura de ágar Sabouraud dextrose acrescido de cloranfenicol e incubadas a 36 ºC durante um período de até 7 dias. O valor Preditivo (VPP) foi determinado pela razão entre o número de casos confirmados pelo método de cultura, dividido pelo número total de casos com diagnóstico clínico, vezes 100. Entre as 55 mulheres que apresentaram suspeita clínica de CVV, 34 delas tiveram amostras com crescimento de colônias com aspecto cremoso e coloração branca amarelada, que ao exame microscópico confirmou a presença de leveduras características do gênero Candida, portanto, o VPP do diagnóstico clínico frente ao padrão-ouro foi de 61,8%. A probabilidade de diagnosticar corretamente casos de CVV a partir de sinais e sintomas das mulheres não foi satisfatória, o que sugere a importância da realização da cultura para confirmação do diagnóstico de CVV. Dessa forma, pode-se evitar tratamento desnecessário, uso indiscriminado de antifúngicos, risco de aumento da resistência dos microrganismos aos antifúngicos, reações adversas aos medicamentos, bem como, gastos indevidos com a terapia. |