INQUÉRITO SOROEPIDEMIOLÓGICO DE ANTICORPOS CONTRA Toxoplasma gondii EM GATOS ERRANTES DE CAMPUS UNIVERSITÁRIO
ANA CAROLINA YAMAKAWA 1, JULIANA CRISTINA REBONATO MENDES1, MAYSA PELLIZZARO1, GIULIA SOARES LATOSINSKI1, LOUISE NICOLLE BACH KMETIUK1, AMANDA HAISI1, AUREA MARIA OLIVEIRA CANAVESSI1, HELIO LANGONI1, ALEXANDER WELKER BIONDO1
1. UNESP - Departamento de Higiene Veterinária e Saúde Pública, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu, SP, Brasil, 2. UFPR - Departamento de Biologia Celular, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil, 3. UFPR - Departamento de Medicina Veterinária, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil, 4. ESALQ/USP - Departamento de Zootecnia, Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz"/Universidade de São Paulo (ESALQ/USP), Piracicaba, SP, Brasil
anayamakawa1994@gmail.com

A toxoplasmose é uma zoonose de ciclo estabelecido causada pelo protozoário Toxoplasma gondii , embora pouco se sabe sobre seu comportamento em fauna urbana de gatos abandonados no Brasil. Deste modo, o objetivo desse estudo foi avaliar a presença de anticorpos IgG anti- T. gondii em amostra de gatos presentes no campus da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP), localizado em área urbana com remanescentes florestais, animais de produção e silvestres, além de população estimada de 300 gatos errantes. O presente estudo se caracterizou como transversal, do tipo inquérito, com amostras coletadas de gatos errantes ou mantidos no gatil do campus. A pesquisa de anticorpos IgG anti- T. gondii foi realizada pela técnica de imunofluorescência indireta (RIFI), com diluição 1:16 como ponto de corte. A análise estatística foi realizada com teste exato de Fischer e a razão das chances, com nível de significância a 5%. Do total de gatos, 8/51 (15,7%) amostras foram sororreagentes, sendo 4/26 (15,4%) de fêmeas e 4/25 (16,0%) de machos, sem diferença estatística significativa de sexo (p=0,99). Segundo o local de permanência dos gatos, 6/16 (37,5%) errantes e 2/35 (5,7%) do gatil foram sororreagentes, com associação estatística significativa (p=0,01) e com razão das chances de 9,36 (IC 95% 1,70 – 76,43) para os gatos errantes. A razão das chances apresentou um intervalo de confiança discrepante, provavelmente devido ao baixo número de amostras, sugerindo realização de maior amostragem de gatos errantes para confirmar a frequência encontrada. A maior positividade encontrada para os gatos errantes, pode estar relacionada aos hábitos de caça, devido a ingestão de hospedeiros intermediários contendo bradizoítos, como aves e roedores. Atuando como hospedeiros definitivos, os gatos domésticos desempenham papel importante na disseminação de oocistos resistentes pelas fezes, contribuindo para a contaminação ambiental e na veiculação hídrica do protozoário. O contingente populacional de gatos errantes no campus, em particular jovens suscetíveis, sugere o potencial risco de surtos de infecção para animais de produção e silvestres, bem como para alunos, servidores e visitantes. Em conclusão, deve-se proceder imediata redução da população de gatos desassistida, com ações para manejo populacional, promoção da guarda responsável e adoção dos gatos.



Palavras-chaves:  Saúde Pública, Toxoplasmose, Vigilância Epidemiológica