SOROPREVALÊNCIA PARA Toxoplasma gondii EM CÃES ATENDIDOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA (UNESP/BOTUCATU): ESTUDO RETROSPECTIVO
ANA CAROLINA YAMAKAWA 1, SÂMEA FERNANDES JOAQUIM1, MARIANA ZANCHETTA GAVA1, MARIANA GUIMARÃES NILSSON1, NÁSSARAH JABUR LOT RODRIGUES1, NATALIE NEUWIRT OLIVEIRA1, PAULA FERRAZ DE CAMARGO ZANOTTO1, RAFAELLA PRESTES DI PIETRO BENETTON1, BENEDITO DONIZETE MENOZZI1, HELIO LANGONI1
1. UNESP - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Departamento de Higiene Veterinária e Saúde Pública, Botucatu, SP, Brasil
anayamakawa1994@gmail.com

A toxoplasmose é uma zoonose de distribuição mundial, causada pelo protozoário Toxoplasma gondii. Acomete animais homeotérmicos, tendo como hospedeiros definitivos felinos. Trata-se de um problema em saúde pública, especialmente para gestantes e em pacientes imunossuprimidos. Cães, devido sua aproximação com humanos, são foco de estudos epidemiológicos apresentando um potencial como animais sentinelas para a contaminação ambiental de diversos patógenos, como o T. gondii .  O objetivo do presente estudo foi avaliar os resultados das sorologias de amostras de cães com suspeita de toxoplasmose na cidade de Botucatu/SP. O estudo caracteriza-se como um inquérito. Foram avaliadas 835 amostras de conveniência de cães provenientes da cidade de Botucatu, atendidos entre os anos de 2013 a 2017, no Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, campus Botucatu. Os animais apresentavam no momento da consulta suspeita de toxoplasmose. Foi utilizada a técnica de reação de imunofluorescência indireta para pesquisa de anticorpos da classe IgG anti- T. gondii , considerando-se como ponto de corte a diluição 1:16. Do total, 633 (75,81%) foram negativos e 202 (24,19%) sororreagentes. O título prevalente foi 16 (48,02%), seguido por 64 (31,19%), 256 (13,37%), 1024 (4,45%) e 4096 (2,97%). O ano de 2013 apresentou a maior frequência em relação ao total avaliado anual, com 33,62%, seguido por 2017 (25,51%), 2014 (24,25%), 2016 (16,36%) e 2015 (15%). Nesses cinco anos, a frequência de animais sororreagentes manteve-se baixa. Tal fato pode ser devido a boa difusão de conceitos de guarda responsável, diminuindo a exposição desses animais a ambientes externos, além de bons hábitos de alimentação por parte de seus proprietários, oferecendo ração industrializada ou carnes cozidas. Pensando-se nesses animais como sentinelas para a doença, esses resultados podem indicar que a contaminação ambiental na cidade de Botucatu oferece um baixo. Apesar dos resultados obtidos, admite-se a presença do agente na população avaliada e consequentemente a possível contaminação ambiental por oocistos esporulados de T. gondii , e a participação dos gatos domésticos na cadeia de transmissão da toxoplasmose, admitindo-se ainda a possibilidade de outra importante via de transmissão para cães, que como carnívoros e predadores, podem ingerir pequenos roedores e passeriformes contendo bradizoítos como forma infectante do parasita.



Palavras-chaves:  Espécie Sentinela , Saúde Pública , Toxoplasmose