ANÁLISE COMPARATIVA DA QUALIDADE DE VIDA NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DE ETIOLOGIA CHAGÁSICA E NÃO CHAGÁSICA
LARISSA FERREIRA DE ARAUJO PAZ 1, CAROLINA ARAÚJO MEDEIROS1, SILVIA MARINHO MARTINS1, MARIA DAS NEVES DANTAS DA SILVEIRA BARROS1, MARIA DA GLÓRIA AURELIANO MELO CAVALCANTI1, CRISTINA DE FÁTIMA VELLOSO CARRAZZONE1, MARIA BEATRIZ ARAÚJO SILVA1, WILSON ALVES OLIVEIRA JÚNIOR 1
1. FENSG/UPE - Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças , 2. PROCAPE/UPE - Ambulatório de Doença de Chagas e Insuficiência Cardíaca de Pernambuco
larissafaraujopaz@hotmail.com

INTRODUÇÃO: A Insuficiência Cardíaca (IC) se configura como um desafiador problema de saúde pública com limitações, que podem interferir na qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS). OBJETIVOS: Analisar a QVRS dos pacientes com IC de etiologia chagásica e não chagásica em um ambulatório-referência do Estado de Pernambuco. METODOLOGIA: Trata-se de estudo transversal, realizado com 103 pacientes ambulatoriais no período de novembro a dezembro de 2017. Foram aplicados os questionários de qualidade de vida relacionados à saúde: Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire e o SF-36 Health Survey Short Form . O grupo IC de etiologia Chagásica (24%) e não Chagásica (75%). Considerado p-valor<0,05 significante. RESULTADOS: A média de idade da amostra foi de 60,42±10 anos; com predominância masculina (56,3%), grau de instrução até o ensino fundamental (57,3%), profissionalmente inativo (83,5%) e renda per capita de até 01 salário mínimo (67%), dos quais 1,9% não possuem renda; a maioria apresentou Fração de Ejeção Reduzida (57,3%). A média da QVRS foi considerada Moderada (34,29±21), a dimensão física apresentou média de 14,65±12, e a dimensão emocional, 6,51±5. Ao realizar a comparação da QVRS através do Minnesosta, observou-se maior percentual de QVRS Ruim entre os pacientes com IC Chagas (56%), comparados à IC não Chagásica (25,6%) (p=0,019); a dimensão emocional foi a que mais contribuiu para esse resultado (p=0,027). A partir do questionário SF-36, também foi possível observar a influência da etiologia Chagásica no Domínio Saúde Mental, com média de 73,71±22, comparando com os de etiologia Não Chagas 59,04±28 (p=0,009). DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: A percepção de QVRS da população com Chagas ultrapassa as questões clínicas, e os estigmas culturais da Doença de Chagas, comparados ao de doenças crônicas, como o câncer, contribuem, de maneira desfavorável, para a percepção ruim da QVRS. É necessário que a equipe de saúde considere os fatores socioculturais nas orientações dispensadas a esses pacientes e seus familiares, desconstruindo ideias equivocadas sobre a doença, contribuindo para a adesão ao tratamento, para o autocuidado e para a melhora da qualidade de vida relacionada à saúde dessa população.



Palavras-chaves:  Doença de Chagas, Insuficiência Cardíaca, Qualidade de Vida