PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E CLÍNICO DE PACIENTES VÍTIMAS DE ACIDENTES POR ANIMAIS PENÇONHENTOS.
LUÍS PEREIRA DA SILVA NETO 1,2, JESSICA KAREN DE OLIVEIRA MAIA1,2, LUCIENE MIRANDA DE ANDRADE1,2, ANTÔNIO JOSÉ LIMA DE ARAÚJO JÚNIOR1,2, MONALISA RODRIGUES DA CRUZ1,2, ANA CLÁUDIA FEITOSA LIMA1,2
1. HSJ - Hospital São José, 2. ESP-CE - Escola de Saúde Pública do Ceará, 3. IJF - Instituto Doutor José Frota
luisneto33@gmail.com

Os acidentes por animais peçonhentos são considerados um problema relevante de saúde devido elevado número de casos. Em agosto de 2010 foram incluídos na Lista de Notificação de Compulsória do Brasil, publicada na Portaria Nº 2.472 de 31 de agosto de 2010 (ratificada na Portaria N° 204 MS/GM, de 17 de fevereiro de 2016). Esse é um dos agravos mais notificados. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo desenvolvido em um hospital de emergências referência estadual nos atendimentos relacionados a acidentes com animais peçonhentos situado na cidade de Fortaleza - Ceará. A população do estudo foi composta por todos os casos notificados de acidentes com animas peçonhentos no ano de 2016 neste Hospital. O lócus da pesquisa foi o Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NUHEPI). Os dados foram compilados em planilha do Excel, analisados pelo sistema Epi Info e apresentados sob a forma de tabelas tendo como suporte a literatura relacionada à temática. Foram respeitados os aspectos éticos conforme a Resolução 466/12. As variáveis relacionadas aos acidentes foram: sexo, faixa etária, mês de ocorrência do acidente, animal envolvido, parte do corpo atingida, utilização do soro, classificação dos casos. Nesse hospital foram notificados 3330 casos de acidentes por animais peçonhentos no ano de 2016, o sexo feminino se sobressaiu (2112 - 63,4%), sendo a faixa etária de 20 a 29 anos os indivíduos mais atingidos (597 - 17,9%).  A cidade de Fortaleza, capital do Estado do Ceará foi destaque no número de notificações (2824 - 88,0%). O mês de maior ocorrência foi maio (329 - 9,9%), tendo como principal agente causador o escorpião (2929 - 64%), seguindo de serpente (267 - 8,0%). As principais partes do corpo atingidas foram pé (1096 - 32,9%) e mão (748 - 22,5%). A utilização de soro foi realizada somente em 216 (4,7%) ocorrências de maior complexidade sendo que a maioria foi classificada como leve (3114 - 95,3%). O número de acidentes vem crescendo devido ao desequilíbrio ecológico provocado pelo desmatamento e pelas alterações climáticas ocorridas ao longo de vários anos, estes motivos aliados ao crescimento urbano desordenado geram maiores chances dos animais procurarem abrigo e alimentos nas cidades . Conclui-se que o Ceará possui uma incidência significante de acidentes por animais peçonhentos. E com isso, recomenda-se que sejam realizadas estratégias de educação em saúde a fim de prevenir a ocorrência e a morbimortalidade relacionada a esses acidentes.



Palavras-chaves:  Animais Peçonhentos, Consequência de acidentes, Incidentes