PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE CASOS DE HANSENÍASE EM UM ESTADO DO NORDESTE BRASILEIRO. |
A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa bacteriana, causada por Mycobacterium leprae. O diagnóstico é feito de forma clínica e epidemiológica, realizado por meio da anamnese clínica e das condições de vida do paciente, e do exame dermatoneurológico. Mostrando-se de forma endêmica e estigmatizada, a Hanseníase tem cura e tratamento disponível à população, mas ainda é um grave problema de saúde pública. Objetiva-se, traçar o perfil epidemiológico de pessoas com hanseníase, por meio de análises epidemiológicas e clínicas de casos de hanseníase no estado do Ceará entre os anos de 2012 a 2016. Trata-se de um estudo descritivo de base populacional, utilizando dados de hanseníase registrados no SINAN – Sistema de Notificação de Agravos de Notificação e disponibilizados no site do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Referente aos anos de 2012 a 2016 no estado do Ceará. Foram pesquisados os seguintes requisitos: quantidade de casos novos em cada ano, sexo, faixa etária, classificação operacional, forma clínica da doença, grau de incapacidade e esquema terapêutico. Desse modo, observa-se como resultados, a totalização de 11.614 casos novos de hanseníase entre 2012 e 2016, onde houve predominância do sexo masculino nas notificações de casos novos. O coeficiente de detecção geral do estado diminuiu ao longo dos anos. Sendo, o ano de 2012 com o maior coeficiente de detecção geral do período, apresentando um parâmetro muito alto (25/100.000 hab). Em 2015, apresentou o menor índice da taxa de prevalência do período analisado (1,5/10.000 hab.). Os casos avaliados quanto ao grau de incapacidade física (GIF), no diagnóstico se manteve médio (8,0%) ao longo do período, com maior proporção em 2015 (9,1%) e menor em 2014 (7,3%). A proporção de casos multibacilares em 2012 foi de 61,9% e em 2016 foi de 67,4%. Na classificação operacional paucibacilar, houve redução de 38,1% em 2012 para 32,6% em 2016. Quanto a proporção de cura e abandono, observa-se um aumento no abandono do tratamento e diminuição do indicador de cura a partir de 2014 (88%). Por fim, conclui-se que a hanseníase é um problema de saúde pública negligenciado, e que requer atenção especial por parte das autoridades de saúde pública, em busca de reconhecer as demandas de saúde dessas pessoas, erradicá-la e diminuir o impacto social negativo perante a sociedade, devido ao forte estigma negativo associado a doença. |