PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE CASOS DE HANSENÍASE EM UM ESTADO DO NORDESTE BRASILEIRO.
LUÍS PEREIRA DA SILVA NETO 1,2, ANTÔNIO SALVANDI DE OLIVEIRA JÚNIOR1,2, ARTHUR GUILHERME TAVARES DE CASTRO1,2, RENATA LAÍS DA SILVA NASCIMENTO MAIA1,2, ANA RAVENNA SALES SOARES1,2, INGRID DA SILVA MENDONÇA1,2
1. HSJ - Hospital São José de Doenças Infecciosas, 2. RIS-ESP/CE - Residência Integrada em Saúde da Escola de Saúde Pública do Ceará
luisneto33@gmail.com

A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa bacteriana, causada por Mycobacterium leprae. O diagnóstico é feito de forma clínica e epidemiológica, realizado por meio da anamnese clínica e das condições de vida do paciente, e do exame dermatoneurológico. Mostrando-se de forma endêmica e estigmatizada, a Hanseníase tem cura e tratamento disponível à população, mas ainda é um grave problema de saúde pública. Objetiva-se, traçar o perfil epidemiológico de pessoas com hanseníase, por meio de análises epidemiológicas e clínicas de casos de hanseníase no estado do Ceará entre os anos de 2012 a 2016. Trata-se de um estudo descritivo de base populacional, utilizando dados de hanseníase registrados no SINAN – Sistema de Notificação de Agravos de Notificação e disponibilizados no site do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Referente aos anos de 2012 a 2016 no estado do Ceará. Foram pesquisados os seguintes requisitos: quantidade de casos novos em cada ano, sexo, faixa etária, classificação operacional, forma clínica da doença, grau de incapacidade e esquema terapêutico. Desse modo, observa-se como resultados, a totalização de 11.614 casos novos de hanseníase entre 2012 e 2016, onde houve predominância do sexo masculino nas notificações de casos novos. O coeficiente de detecção geral do estado diminuiu ao longo dos anos. Sendo, o ano de 2012 com o maior coeficiente de detecção geral do período, apresentando um parâmetro muito alto (25/100.000 hab). Em 2015, apresentou o menor índice da taxa de prevalência do período analisado (1,5/10.000 hab.). Os casos avaliados quanto ao grau de incapacidade física (GIF), no diagnóstico se manteve médio (8,0%) ao longo do período, com maior proporção em 2015 (9,1%) e menor em 2014 (7,3%). A proporção de casos multibacilares em 2012 foi de 61,9% e em 2016 foi de 67,4%. Na classificação operacional paucibacilar, houve redução de 38,1% em 2012 para 32,6% em 2016. Quanto a proporção de cura e abandono, observa-se um aumento no abandono do tratamento e diminuição do indicador de cura a partir de 2014 (88%). Por fim, conclui-se que a hanseníase é um problema de saúde pública negligenciado, e que requer atenção especial por parte das autoridades de saúde pública, em busca de reconhecer as demandas de saúde dessas pessoas, erradicá-la e diminuir o impacto social negativo perante a sociedade, devido ao forte estigma negativo associado a doença.



Palavras-chaves:  Hanseníase, Epidemiologia, Saúde Pública