CUIDADOS PALIATIVOS E DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS: A ESPECIFICIDADE DO CUIDADO NO FIM DA VIDA AO PACIENTE EM SOFRIMENTO. |
Considerando a crescente demanda por cuidados paliativos em âmbito hospitalar e sua inserção no cuidado aos pacientes acometidos por doenças transmissíveis, objetiva-se traçar um paralelo por meio de revisão bibliográfica a respeito das possibilidades de realização de cuidados paliativos e a dinâmica hospitalar num apoio a pacientes com doenças infectocontagiosas. Para tanto, realizou-se revisão de artigos científicos nas bases de dados PUBMED, LILACS e SciELO, publicadas entre 2014 e 2018. Os cuidados paliativos diferenciam-se fundamentalmente da medicina curativa por focar no cuidado integral, através da prevenção e do controle de sintomas, para todos os pacientes que enfrentam doenças infecciosas, ameaçadoras da vida - conceito que também se aplica a familiares, cuidadores e equipe de saúde e seu entorno, que adoece e sofre junto. A especificidade das doenças transmissíveis coloca em caráter outro viés dos cuidados paliativos que é a educação em saúde para os pacientes, pois é necessário educá-los com relação ao autocuidado e ao zelo pelo outro para garantir que as cadeias de transmissibilidade das doenças sejam cessadas. Surge também a importância da atuação multiprofissional como manejo possível de cuidados aos pacientes em sofrimento por meio da promoção de saúde nas mais diversas esferas da vida. Como resultados, foram encontrados quatro artigos utilizando os descritores “cuidados paliativos”, “doenças transmissíveis” e “doenças infectocontagiosas”. As principais doenças transmissíveis abordadas na produção científica atual sobre cuidados paliativos são SIDA (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), infecções oportunistas como toxoplasmose e tuberculose. Como resultados, surgiram a escassez de serviços e produções científicas a respeito do manejo em cuidados paliativos e doenças transmissíveis no Brasil; o grande desafio dos profissionais de saúde de possibilitar ao paciente uma vida com mais qualidade diante da própria morte e a compreensão do caráter singular das doenças transmissíveis e infectocontagiosas. Surgiu também a importância do trabalho multiprofissional e integrado para a realização de cuidados no fim da vida dos pacientes em serviços de atenção à saúde. Por fim, conclui-se que o caráter singular das doenças transmissíveis e a metodologia dos cuidados paliativos se relacionam por meio da promoção de saúde e qualidade de vida para pessoas em processo de finitude e sofrimento. |