PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS POR TRIPANOSSOMÍASE AFRICANA NO BRASIL
EVA HADASSA CARDOSO DE SOUSA 1, WILLIAM PAULO GOMES DE BRITO1, BRUNA ARIANY DE SOUSA1, VITÓRIA MARIA SOUSA PAIXÃO1, VIVIANNY DE OLIVEIRA FERREIRA1, SHEILA DA SILVA NASCIMENTO1, CYNARA CRISTHINA ARAGÃO PEREIRA1
1. UFPI - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI- CAFS
eva17hadassa@gmail.com

Causada pelo Trypanosoma brucei, a Tripanossomíase Humana Africana (THA) é endêmica na África. Transmitida aos seres humanos pela mosca tsé-tsé (gênero Glossina) infectada, a doença do sono, popularmente conhecida, ainda pode ser transmitida via sanguínea, sexual e congênita. A THA afeta muito populações pobres, de regiões miseráveis do mundo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a THA classifica-se como Doença Tropical Negligenciada, causando sérias limitações à população atingida. O objetivo deste trabalho foi conhecer a mortalidade por THA no Brasil. Trata-se de pesquisa transversal, quantitativa, descritiva e retrospectiva. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a estimativa de população do Brasil, ano 2017, foi de 207.660.929 habitantes, com área de 8.516.000 km², e cinco regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul, Sudeste. Os dados foram retirados do Painel de Monitoramento da Mortalidade CID-10, Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), da Coordenação-Geral de Informação e Análise Epidemiológica (CGIAE/MS). Para estudo, foi analisado um período de 2008 a 2017. Foram utilizadas as variáveis meses, sexo, raça, grupo etário, anos e regiões. Nesse período, houveram 12 mortes por THA no Brasil. Em relação aos meses, o que teve mais mortes foi fevereiro (n=4; 33,3%). Quanto ao sexo, predominou o feminino (n=8; 66,7%). Quanto à raça, a parda (n=5; 41,7%) predominou. Referindo-se ao grupo etário, houve mais mortes em pessoas com 40 a 49 anos e 80 ou mais, ambos com três mortes (25,0%). Houveram dois anos com mesma quantidade de óbitos: 2012 e 2013 (n=3; 25,0%). Na região Norte, apenas o estado do Pará teve óbitos por TAH (n=1; 8,3%); no Nordeste, tiveram mortes no Ceará (n=3; 25,1%), Pernambuco (n=1;8,3%) e Bahia (n=1; 8,3%); no Centro-Oeste, apenas Goiás (n=2; 16,7%); Sudeste, apenas Minas Gerais (n=2; 16,7%); e no Sul, Paraná (n=1; 8,3%) e Santa Catarina (n=1; 8,3%). A THA só é uma doença endêmica na África, onde ela assume um problema de grande importância para a saúde pública. Para o controle de tal doença, é necessária colaboração entre os setores público-privado, além de comunidades e ONGs para implementação de estratégias visando a redução da mortalidade. No entanto, para países não endêmicos como o Brasil, há risco de transmissão por transfusão sanguínea. Conclui-se que o perfil de mortalidade por THA no Brasil é de mulheres, pardas e entre 40 e 49 anos ou mais de 80 anos de idade 80 e mais.

 



Palavras-chaves:   Epidemiologia, Mortalidade, Tripanossomíase Africana