POLIARTRALGIA CRÔNICA PÓS-CHIKUNGUNYA: O VÍRUS COMO PRECURSOR DE DOENÇA REUMÁTICA |
O vírus Chikungunya (CHIKV) é transmitido através da picada do mosquito Aedes aegypti e A. albopictus, se manifestou na África e seguiu ao mundo tropical e subtropical como uma doença endêmica. A Chikungunya é uma artrite infecciosa que possui fase aguda e crônica, seus sintomas mais evidenciados são: febre, erupção cutânea, mialgia e artralgia grave. Pesquisas descrevem a fase crônica como equivalente a Artrite Reumatoide (AR), devido às vias inflamatórias comuns e ao envolvimento dos macrófagos. Dessa forma, é necessário constatar o aparecimento de poliartralgia crônica pós-CHIKV, bem como explanar os fatores imunológicos semelhantes entre a AR e a artrite induzida pelo vírus, além de discutir novas possibilidades de tratamento para os pacientes infectados. A metodologia utilizada constou de uma revisão de literatura baseada em 12 artigos nos quais foram empregados os descritores: Chikungunya e Artrite Reumatoide – cadastrados no DeCS, com busca na língua inglesa. A revisão foi desenvolvida a partir dos bancos de dados: PubMed, Science Direct e EBSCO. Os fatores relevantes em relação ao estabelecimento de poliartralgia foram: pacientes com artrite pós-CHIKV, acompanhados longitudinalmente, nos quais os sintomas artríticos permaneceram inalterados e/ou se agravaram; além de sinais séricos de IgM e IgG e a elevada expressão da citocina IL-6, evidenciados nos pacientes. No que se refere aos fatores imunológicos, temos o perfil de citocinas na infecção crônica por CHIKV muito similar à AR; também, análises de citometria de fluxo dos infiltrados identificaram semelhante composição nos dois tipos de artrite; por fim, verificou-se que a IL-6 produz e libera RANKL que expande a produção de osteoclastos e, por consequência, aumenta a absorção óssea. Quanto ao tratamento, uma possibilidade para controlar a infecção é o uso de anticorpos anti-IL-6; tal como, os antagonistas do fator de indução de migração (MIF) — pacientes com deficiência no MIF obtiveram redução na severidade da doença; ainda, observou-se o efeito benéfico do CTLA4-Ig no bloqueio da ativação de células T por reduzir a resposta inflamatória. No entanto, a base do tratamento são drogas anti-inflamatórias, esteroides orais e fisioterapia. Posto isto, a associação entre artrite induzida e artrite autoimune é clara; no entanto, há uma escassa apuração de tratamentos mais específicos e, portanto, a necessidade de medidas exploratórias, que conquistem a efetividade terapêutica para além dos paliativos. |