POLIARTRALGIA CRÔNICA PÓS-CHIKUNGUNYA: O VÍRUS COMO PRECURSOR DE DOENÇA REUMÁTICA
JÉSSIKA LAYS DOS SANTOS MEDEIROS1, ANA LAURA MOTA RESENDE1, JULIA DE ALMEIDA ALVES1, MARÍLIA VITAL VERAS COSTA1, MELISSA SOUZA FERREIRA DE MORAIS1, SÁVIA BRAGA TENÓRIO DANTAS1, CRISTIANE MONTEIRO DA CRUZ1, SÉRGIO MURILO COELHO DE ANDRADE1
1. CESMAC - CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC, 2. UNIT - Universidade Integrada Tiradentes, 3. VI GERES - Secretaria Estadual de Saúde
jessamed57@gmail.com

O vírus Chikungunya (CHIKV) é transmitido através da picada do mosquito Aedes aegypti e A. albopictus, se manifestou na África e seguiu ao mundo tropical e subtropical como uma doença endêmica. A Chikungunya é uma artrite infecciosa que possui fase aguda e crônica, seus sintomas mais evidenciados são: febre, erupção cutânea, mialgia e artralgia grave. Pesquisas descrevem a fase crônica como equivalente a Artrite Reumatoide (AR), devido às vias inflamatórias comuns e ao envolvimento dos macrófagos. Dessa forma, é necessário constatar o aparecimento de poliartralgia crônica pós-CHIKV, bem como explanar os fatores imunológicos semelhantes entre a AR e a artrite induzida pelo vírus, além de discutir novas possibilidades de tratamento para os pacientes infectados. A metodologia utilizada constou de uma revisão de literatura baseada em 12 artigos nos quais foram empregados os descritores: Chikungunya e Artrite Reumatoide – cadastrados no DeCS, com busca na língua inglesa. A revisão foi desenvolvida a partir dos bancos de dados: PubMed, Science Direct e EBSCO. Os fatores relevantes em relação ao estabelecimento de poliartralgia foram: pacientes com artrite pós-CHIKV, acompanhados longitudinalmente, nos quais os sintomas artríticos permaneceram inalterados e/ou se agravaram; além de sinais séricos de IgM e IgG e a elevada expressão da citocina IL-6, evidenciados nos pacientes. No que se refere aos fatores imunológicos, temos o perfil de citocinas na infecção crônica por CHIKV muito similar à AR; também, análises de citometria de fluxo dos infiltrados identificaram semelhante composição nos dois tipos de artrite; por fim, verificou-se que a IL-6 produz e libera RANKL que expande a produção de osteoclastos e, por consequência, aumenta a absorção óssea. Quanto ao tratamento, uma possibilidade para controlar a infecção é o uso de anticorpos anti-IL-6; tal como, os antagonistas do fator de indução de migração (MIF) — pacientes com deficiência no MIF obtiveram redução na severidade da doença; ainda, observou-se o efeito benéfico do CTLA4-Ig no bloqueio da ativação de células T por reduzir a resposta inflamatória. No entanto, a base do tratamento são drogas anti-inflamatórias, esteroides orais e fisioterapia. Posto isto, a associação entre artrite induzida e artrite autoimune é clara; no entanto, há uma escassa apuração de tratamentos mais específicos e, portanto, a necessidade de medidas exploratórias, que conquistem a efetividade terapêutica para além dos paliativos.



Palavras-chaves:  ARTRALGIA, ARTRITE REUMATÓIDE, CHIKUNGUNYA