ASSOCIAÇÃO ENTRE Aspergillius E Candida CAUSANDO OTITE EXTERNA EM PACIENTE COM PERFURAÇÃO DA MEMBRANA TIMPÂNICA
MARIA DANIELA SILVA BUONAFINA1, BEATRIZ DE PAULA LIMA 1, MARIA EDUARDA FERRO DE MELLO1, DANIELLY MARTINS SILVA1, MELYNA CHAVES LEITE-ANDRADE1, FRANZ DE ASSIS GRACIANO DOS SANTOS1, MICHELLÂNGELO NUNES1, PAMELLA DE BRITO XIMENES–VILELA11, ADRYELLE IDALINA DA SILVA ALVES1, REJANE PEREIRA NEVES1
1. UFPE - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
biadplima@gmail.com

A otomicose é uma infecção do conduto auditivo externo causada por fungos que, em casos mais graves, acomete a orelha média. Espécies dos gêneros Aspergillus e Candida são os principais agentes etiológicos desta micose. Um dos principais e mais graves fatores que predispõe a otite fúngica é a perfuração desta membrana que pode ser devido à infecção e/ou trauma. Esta condição geralmente é acompanhada da perda auditiva e inflamação da orelha média, na qual ocorre contínua drenagem de secreção da cavidade da orelha média para o canal auditivo. Devido a isto, recidivas fúngicas são bastante frequentes. O objetivo deste trabalho foi relatar um caso de otite fúngica recorrente de paciente com perfuração da membrana timpânica. Paciente do sexo feminino, 38 anos, queixando-se de otalgia, com otorreia, fez uso de antibiótico tópico para infecção bacteriana, com perfuração timpânica recorrente, foi atendida no Ambulatório de Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas/ UFPE. Foram coletadas a mostras de secreção do conduto auditivo com swab e água destilada esterilizada adicionada de 50 mg/L de cloranfenicol; transportadas para o Laboratório de Micologia Médica da Universidade Federal de Pernambuco e processadas para exame direto e cultura. O material biológico foi processado sem clarificante e corante, e, semeado em ágar Sabouraud dextrose adicionado de 50mg/L ­­­de cloranfenicol contidos em placa de Petri mantida a 37 °C. Os agentes foram isolados e identificados pela taxonomia clássica, por meio da observação de características morfológicas, macroscópicas e microscópicas, e por análise molecular da região LSU e do gene da calmodulina. Ao exame direto da amostra clínica foram observadas numerosas células leveduriformes hialinas, ovais e filamentos micelianos hialinos, septados, dicotômicos com conidióforos. As observações morfológicas e moleculares identificaram A. flavus e C. parapsilosis como agentes da otite fúngica do conduto auditivo externo. A perfuração da membrana timpânica promove casos de otite fúngica, e é responsável pela maioria dos casos de recorrência. O acompanhamento clínico e o diagnóstico laboratorial micológico são importantes para escolha terapêutica eficaz, uma vez que em casos de perfuração da membrana timpânica ocorre bastante recidiva fúngica.



Palavras-chaves:  Aspergillus flavus, Candida parapsilosis, Diagnóstico laboratorial, Otomicose.