Avaliação do infiltrado inflamatório e CK-MB em camundongos infectados por via oral com a cepa Berenice-78 do T. cruzi
LUCAS RESENDE DUTRA SOUSA 1, THAÍS VIEIRA DE CARVALHO1, FLÁVIA DE SOUZA MARQUES1, LÍVIA MENDES CARVALHO1, VIVIANE FLORES XAVIER1, THAYS HELENA CHAVES DUARTE1, ALINE TONHELA FERRAZ 1, ALINE COELHO DAS MERCÊS1, TAINARA GOMES RODRIGUES1, WANESSA SERRA PESSOA1, JUSSARA QUINTÃO FARIA1, IVANA CASTRO GOMES1, LEONARDO MOREIRA SILVA1, CLÁUDIA MARTINS CARNEIRO1, PAULA MELO DE ABREU VIEIRA1
1. UFOP - UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
lucasresende95@outlook.com

Após o controle da infecção vetorial e transfusional da doença de Chagas ter sido realizados no Brasil, a infecção por via oral se tornou o mais importante mecanismo de transmissão em diversas regiões. A Amazônia brasileira é considerada a região de maior incidência, onde ocorre mais da metade dos casos agudos da doença relatados nos últimos 40 anos podendo os mesmos serem atribuídos a microepidemias de transmissão oral. O trato gastrointestinal é a porta de entrada para o parasito por essa via de infecção, no entanto, pouco se sabe sobre o envolvimento desses órgãos e do perfil parasitológico e imunopatológico frente à via oral. Tendo em vista isso,  o objetivo deste trabalho foi quantificar o parasitismo tecidual no trato gastrointestinal de camundongos infectados pela via oral com a cepa Berenice-78 do T. cruzi nas fases aguda e crônica. Para isso, 96 camundongos Swiss foram distribuídos em três grupos experimentais: controle não infectado; infectados por via intraperitoneal (VIP); infectados por via oral (VO). Esses animais foram inoculados com 1x10 5 formas tripomastigotas metacíclicas provenientes de culturas acelulares por gavagem (VO) ou por via intraperitoneal (VIP). Quatro animais de cada grupo foram eutanasiados nos dias 14, 21, 28, 35, 42 e 180 após a infecção (DAI), sendo coletados fragmentos do estômago, duodeno e cólon. O parasitismo tecidual foi quantificado pelo método de Reação em Cadeia da Polimerase em tempo real (qPCR). Nos animais do grupo VIP não foi observado parasitismo tecidual no estômago, enquanto que nos animais do grupo VO houve um aumento significativo no dia 28 após a infecção. Além disso, quando comparados, os animais infectados por via oral apresentaram maior parasitismo tecidual no 28° DAI em relação aos animais do grupo VIP. Este trabalho demonstrou que a infecção por via oral é capaz de desencadear um distinto perfil parasitológico, obtendo resultados diferentes para cada órgão do trato gastrointestinal analisado em comparação com a via intraperitoneal, sugerindo que a via de inoculação interfere no comportamento do parasito.



Palavras-chaves:  doença de Chagas, Infecção Oral, Tripomastigotas metacíclicas, Lesão cardíaca, CK-MB