INFLAMAÇÃO PIOGRANULOMATOSA POR Leishmania sp. EM CANINO – RELATO DE CASO |
A leishmaniose é uma doença infectocontagiosa que afeta humanos e animais, causada pelo protozoário do gênero Leishmania sp. Os cães domésticos são considerados os maiores reservatórios da afecção, apresentam sintomatologia variada, entre as quais se destacam as lesões cutâneas e viscerais. O objetivo do estudo foi relatar o caso de um canino macho, da raça Dogo Argentino, de quatro anos de idade, atendido no Hospital Universitário Veterinário – HUVet/Unipampa. O animal tinha histórico de perda de peso e aparecimento de massas em região dorsal lombo-sacra, de consistência firme, móveis, de tamanhos variáveis (20x20, 10x10 e 5x5 cm de diâmetro). Além disso, apresentava pequeno nódulo na conjuntiva lateral no olho direito, com crescimento progressivo há cerca de quinze dias, e linfadenomegalia periférica. A suspeita inicial foi de neoplasia cutânea e para confirmação do diagnóstico foram realizadas punções aspirativas por agulha fina (CAAF) das massas, nódulo conjuntival e linfonodos poplíteos. As lâminas da CAAF foram submetidas à coloração com panótipo rápido e observadas em microscopia ótica. Em todas as lâminas foram visualizadas estruturas compatíveis com amastigotas de Leishmania sp ., assim como fibroblastos, linfócitos, neutrófilos e macrófagos, caracterizando padrão citológico compatível com inflamação piogranulomatosa. Uma amostra de sangue foi enviada para a realização de PCR para diagnóstico de Leishmania sp., cujo resultado foi positivo para a presença do agente etiológico. A forma cutânea mais comum se caracteriza por lesões descamativas e alopécicas em região periorbital ou erosões e ulcerações em plano nasal. Estas lesões podem evoluir para nódulos cutâneos ou mucocutâneos, uma forma mais rara de apresentação. Apesar de incomum, esta forma nodular das lesões deve ser incluída no diagnóstico diferencial de outras lesões cutâneas e neoplásicas, tornando-se um desafio diagnóstico na clínica de pequenos animais. |