TAXA DE MORTALIDADE PELA DOENÇA DE CHAGAS NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL E NA BAHIA DE 2010 À 2015
EDNA MOURA BRITO 1, MITHALY DE JESUS TEIXEIRA1, CAMILA ARAÚJO SANTANA1, PAULO JOSÉ DOS SANTOS DE MATOS1, MARLA DE JESUS TEIXEIRA1, JORGE SADAO NIHEI1
1. UFRB - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA
slanedna@gmail.com

Introdução: A doença de Chagas (DC) é tida como uma condição infecciosa, classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma enfermidade negligencia. Tem como vetor o protozoário Trypanosoma cruzi. Um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento desta doença são as condições socioeconômicas da população. A DC apresenta alta carga de morbimortalidade em países endêmicos, incluindo o Brasil, suas taxas se expressam de diferentes formas a depender do contexto epidemiológico da população. Objetivos: Descrever e comparar as taxas de mortalidade pela Doença de Chagas na região Nordeste e na Bahia. Desenho do estudo: Estudo epidemiológico de cunho descritivo, com enfoque quantitativo. Métodos: Pesquisou-se sobre a taxa de mortalidade (2010-2015) causada pela DC na região Nordeste do Brasil e no estado da Bahia. Os dados foram obtidos através do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) no ano de 2018. Para a resolução dos cálculos estatísticos utilizou-se como suporte o programa TabWin® (versão 3.5.0.46). Resultados : No período de 2010 a 2015, a taxa de mortalidade por DC na região Nordeste do Brasil foi de 11 óbitos a cada 100 mil habitantes, enquanto a taxa de mortalidade, no mesmo período, na Bahia foi de 25 óbitos a cada 100 mil habitantes. Morreram, no Nordeste, entre 2010 a 2015, 6.210 pessoas por conta da DC, sendo que destas, 3.812 morreram na Bahia. Discussão: A Bahia apresenta alta taxa de mortalidade para DC, o que pode estar associado às particularidades da dinâmica demográfica, aos fatores ambientais e às atividades econômicas que influenciam na permanência da doença, gerando diversos tipos de antropismos. Essa alteração no perfil epidemiológico, que no passado estava restrito aos ambientes silvestres, evidenciou um processo de urbanização da doença. Pode-se associar também a falta da aplicação periódica de inseticidas, ausência de política habitacional e inadequado controle entomológico. Conclusão: A doença de Chagas constitui ainda hoje um problema de saúde pública, seja pela prevalência, gravidade de suas manifestações e taxa de mortalidade. A correta identificação dos portadores desta enfermidade, as ações de vigilância entomológica e de educação em saúde por meio de ações de saúde permanentes e qualificadas, envolvendo todos os níveis de atenção, são de fundamental importância para o controle vetorial, no que tange à saúde pública em nosso país.



Palavras-chaves:  Doença de Chagas, Epidemiologia, Saúde pública