ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS EM ALAGOAS ENTRE 2010-2016
AISLA GRACIELE GALDINO DOS SANTOS 1, KATHLEEN CÉZAR DE MÉLO 1, ISABELLE TENÓRIO MELO1, MONALISA LÍDIA COSTA SILVA1, CARLOS DORNELS FREIRE DE SOUZA1
1. UFAL - Universidade Federal de Alagoas
aisla.graciele@gmail.com

ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS EM ALAGOAS ENTRE 2010-2016

Os acidentes causados por animais peçonhentos constituem um problema de saúde pública, tornando-se de alta relevância o conhecimento clínico e epidemiológico. Somente em 2013, o Brasil registrou 158.002 casos de envenenamentos por animais peçonhentos, sendo a maior parte (123.128 casos), causados por serpentes, escorpiões e aranhas. Este estudo tem como objetivo descrever a situação dos acidentes por animais peçonhentos no estado de Alagoas entre 2010 e 2016. Trata-se de um estudo descritivo. Foram incluídos todos os casos de acidentes causados por animais peçonhentos registrados no Sistema Nacional de Agravos de Notificação em Alagoas entre 2010 e 2016. Foram variáveis analisadas: ano de ocorrência, sexo e faixa etária. Foram notificados 53.179 ocorrências no período analisado (média de 7597 casos/ano), sendo 2.227 (4,18%) acidentes por serpentes, 566 (1,06%) por aranhas, 44.450 (83,58%) por escorpiões, 309 por lagartas(0,58%), 3.104 (5,83%) por abelhas, 1.324 (2,48%) por outros animais e 1.199 (2,25%) ignorados ou em branco. O maior número de ocorrências foi registrada na faixa etária de 20 a 39 anos, com 17.716 casos (33,3%). O maior número de acidentes notificados do sexo feminino (30.131/56,66%). Modificações do ambiente natural pelo desmatamento e os diferentes usos do solo urbano pelo homem ocasionam uma quebra na cadeia alimentar, interferindo nos locais de abrigo desses animais. Assim, devido à escassez de recursos, estes passam a procurar alimento e abrigo em residências, terrenos baldios e áreas em construção. Concomitante, de acordo com o último recenseamento, o estado dispõe de 638.112 domicílios urbanos e 204.772 rurais, destes, 505.730,4 (60%) com saneamento semiadequado contribuindo para a perpetuação desse tipo de acidente. A maior ocorrência em mulheres pode ser explicada por se tratar da maioria da população do estado (1.610.174,904/51,6%) e, devido a responsabilidade financeira pelo domicílio ser de minoria feminina (324.539/38,5%), pode-se suscitar que as mulheres permanecem mais tempo nas residências e em maior exposição a esse tipo de acidente. Ressalta-se a necessidade de se desenvolver ações visando à prevenção e à adequação no atendimento ao paciente acidentado, bem como a melhoria da infraestrutura do estado com o aprimoramento dos indicadores sociais.



Palavras-chaves:  Acidente, Animais Venenosos , Envenenamento, Exposição Ambiental