MORTALIDADE POR DOENÇA DE CHAGAS NO BRASIL: ANÁLISE BAYESIANA DOS EFEITOS DE IDADE, PERÍODO E COORTE DE NASCIMENTO E PROJEÇÕES PARA DUAS DÉCADAS.
TAYNÃNA TAYNÃNA CÉSAR SIMÕES¹, JULIANO DOS SANTOS¹, LAIANE FÉLIX BORGES¹, AUZENDA CONCEIÇÃO PARREIRA DE ASSIS AUZENDA CONCEIÇÃO PARREIRA DE ASSIS2¹, MARIA VITÓRIAS SILVA¹, KARINA CARDOSO MEIRA ¹
1. IPRR- FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, BELO HORIZONTE, MINAS - Instituto de Pesquisa René-Rachou - Fundação Oswaldo Cruz, Belo Horizonte, Minas Gerais,Brasil, 2. ESUFRN - Escola de Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 3. INCA - Instituto Nacional de Câncer
taynana.simoes@cpqrr.fiocruz.br

A doença de Chagas (DC) é uma infecção parasitária crônica causada pelo Trypanosoma cruzi , sendo uma zoonose complexa que inclui numerosos vertebrados como reservatórios e insetos triatomíneos como vetores. Essa doença é de grande interesse para a saúde pública por ser evitável, e ter complicações graves . Neste estudo, foram analisados os efeitos de idade,período e coorte de nascimento (efeitos APC) na evolução temporal da mortalidade por DC no Brasil, segundo sexo e regiões geográficas, no período de 1980 a 2014. Além disso, foram estimados os riscos de mortalidade pela doença para os anos de 2015 a 2034. Os registros de óbito e DADOS populacionais foram extraídos do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM/DATASUS). Os óbitos por DC foram corrigidos por óbitos por causa mal definida, idade e sexo ignorados. Modelos APC foram estimados sob o enfoque bayesiano, considerando os efeitos APC e termos aleatórios não estruturados sobre a superdispersão da informação. O método determinístico INLA ( Integrated Nested Laplace Approximations ) foi utilizado na inferência dos parâmetros. Em geral, houve tendência crescente do risco de óbito com o aumento da idade. As maiores taxas de mortalidade foram observadas no Centro Oeste, Sudeste e Sul, no entanto, houve redução no risco de morte nos anos 2000. No Nordeste observou-se estabilidade no risco de morte, e no Norte tendência crescente, porém significativa apenas entre 1995-1999. Em todas as regiões, o risco de óbito por DC mostrou redução progressiva para as coortes nascidas a partir da década de 1960. As estimativas para o período de 2015-2034, indicam uma redução de 76,0% no risco, com maior impacto para os indivíduos mais jovens. Os achados do estudo sugerem que os efeitos na idade e coorte de nascimento sejam consequência do efeito de período promovido pelo Programa de Controle da DC, bem como, da ampliação do acesso aos serviços de saúde que, associadas, diminuíram a exposição da população à infecção pelo parasita.