SÉRIE HISTÓRICA DE CASOS CONFIRMADOS DE HEPATITE C EM MACEIÓ-AL ENTRE 2013 A 2017 |
A hepatite C é uma das principais causas de doença hepática crônica em todo o mundo. Existe grande variação na prevalência da infecção pelo vírus da hepatite C (HCV) de acordo com a região geográfica estudada, refletindo não só características epidemiológicas distintas entre as populações, mas diferenças nas metodologias utilizadas para a realização das estimativas. Apesar dos dados escassos, estimativas indicam que o Brasil é um país com prevalência intermediária, variando entre 1% e 2%. Com isso, o trabalho teve como objetivo analisar o perfil epidemiológico da hepatite C baseado em uma série histórica entre 2013 a 2017 em Maceió-Alagoas. Trata-se de um estudo retrospectivo e descritivo com abordagem quantitativa, utilizando-se dados secundários extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde (SINAN). As variáveis consideradas foram: número de casos por ano, sexo, raça, faixa etária, forma clínica, fonte de mecanismo de infecção e marcador sorológico. Os dados foram submetidos à análise estatística descritiva. Durante o período estudado, foram confirmados 285 casos de hepatite C em Maceió, com uma frequência aumentada de 13,7% em 2013, 27,7% em 2015 e 19,6% em 2017, 97,54% apresentavam apenas o vírus C, enquanto 1,75% ambos os vírus C e B. A forma clínica predominante era a crônica, detectada em 87,02% dos pacientes. Em relação a forma de transmissão, 86,67% dos casos foram descritos como ignorados, entre os que apresentavam resposta, a forma sexual foi a principal via de transmissão (7,02%), seguida da transfusional (2,81%). Os casos ocorriam em ambos os sexos, sem diferença estatística significativa, 55,09% eram homens e 44,91% mulheres. A faixa etária mais frequente foi de 40 a 59 anos, correspondendo a 46,32% dos infectados e 64,21% eram pardos. Quanto a detecção do marcador sorológico AntiHCV foi reagente em 85,96% dos casos. A hepatite se demostrou ascendente nos últimos cinco anos, demonstrando a necessidade de educação sexual, melhoria na triagem laboratorial em bancos de sangue e esterilização de materiais cirúrgicos; inclusive diagnóstico rápido, pois um tratamento precoce, leva a uma remissão viral, com melhor qualidade de vida do paciente. |