TENDÊNCIA DOS CASOS E ÓBITOS POR SÍFILIS CONGÊNITA NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
ANA BEATRIZ MACHADO DE ALMEIDA 1, ZILDA PEREIRA DA SILVA1
1. FSP/USP - Faculdade de Saúde Pública
ana.machado.almeida@usp.br

Introdução: A sífilis congênita é consequência da transmissão do Treponema pallidum da gestante para o seu recém-nascido, principalmente por via placentária. Apesar de todo o conhecimento e da factibilidade de tratamento e cura, a OMS aponta que, a cada ano, pelo menos meio milhão de crianças ainda nascem com sífilis congênita no mundo. Objetivo: Analisar a evolução da taxa de incidência de sífilis congênita em menores de um ano e a taxa de mortalidade infantil específica por sífilis congênita no Município de São Paulo. Desenho do Estudo: Estudo descritivo. Métodos: Estudo baseado nos dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificações – SINAN/Coordenadoria de Vigilância em Saúde - COVISA, Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM e Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos – SINASC, obtidos no DATASUS, para o Município de São Paulo. Foram calculadas taxas de incidência de sífilis congênita em menores de um ano de 2007 a 2016. A taxa de mortalidade infantil específica por sífilis congênita foi calculada para os triênios 2008-2010, 2011-2013 e 2014-2016, visando suavizar possíveis flutuações de pequenos números. Resultados: A taxa de incidência de sífilis congênita em menores de um ano aumentou de 2,0 para 6,7 por mil nascidos vivos, com tendência de aumento (R 2 = 0,98) e incremento médio de 0,14% ao ano. A taxa de mortalidade infantil específica por sífilis congênita aumentou quatro vezes, passando de 0,011 para 0,044 por mil nascidos vivos, entre os triênios. Discussão: A taxa de incidência de sífilis congênita do Município de São Paulo está muito longe da meta utilizada pelo Brasil (≤0,5 caso/1.000 nascidos vivos) para a eliminação da transmissão vertical da sífilis. Apesar dos insumos disponíveis, muitos dos casos notificados são derivados de tratamento inadequado. É necessária conscientização da população, sensibilização dos profissionais e integração das ações para eliminação da sífilis congênita. Conclusão: O município de São Paulo apresenta alta taxa de incidência e taxa de mortalidade infantil por sífilis congênita. Um grande volume de casos confirmados não realizaram pré-natal durante a gestação e só foram diagnosticados durante o parto.

 



Palavras-chaves:  Gestantes, Mortalidade Infantil, Sífilis Congênita