TUBERCULOSE EM TRANSPLANTADOS RENAIS: DIFICULDADES NO RASTREIO NO PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO
JOÃO PAULO GOMES DA SILVA 1, JEYSSIELLE GOMES DOS SANTOS1, LUIZ CARLOS FRANCELINO SILVA JUNIOR1, JOSÉ VICTOR DE MENDONÇA SILVA1, KATHLEEN CÉZAR DE MÉLO1, ALYNE BARBOSA BRITO1, ELENA MARIA DA SILVA DUARTE1, CARLOS DORNELS FREIRE DE SOUZA1
1. UFAL - Universidade Federal de Alagoas, 2. UNCISAL - Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas
jpaulogomes0@hotmail.com

A tuberculose (TB) é causada por bactérias do complexo Mycobacterium tuberculosis . Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 100 milhões de pessoas são infectadas a cada ano no mundo. No Brasil, a incidência de TB é de aproximadamente 37,5/100.000 habitantes. Pacientes transplantados renais apresentam-se imunocomprometidos, possibilitando a ativação de uma infecção latente ou o surgimento de uma nova infecção. O objetivo deste trabalho é revisar os fatores apontados como causas do diagnóstico tardio pós-transplante renal. Para isso, o presente estudo constitui-se de uma revisão sistemática acerca do tema. Realizou-se pesquisa nas bases de dados CAPES e Medline/pubmed, utilizando-se os termos tuberculosis AND renal transplant . Filtrou-se os resultados com os seguintes critérios: artigos publicados entre 2015 e 2018; inglês e português; delimitados em tuberculosis e kidney transplantation . Resultou-se em 41 artigos, que foram lidos, excluindo-se aqueles que não se limitavam ao objetivo proposto. Restaram 07 artigos que subsidiaram esta revisão. Demonstrou-se que em países endêmicos para TB o risco de infecção pelo M. tuberculosis em transplantados renais é maior, especialmente na forma de ativação de uma infecção latente não rastreada no pré-operatório. Estudo realizado no Departamento de Doenças Infecciosas do Primeiro Hospital Filiado da Universidade de Zhejiang, na China, observou que, em transplantados, o risco de infecção varia 20-74 vezes o da população em geral. Na Austrália, uma coorte realizada com 660 pacientes, concluiu que mais de 70% dos testes para detecção de TB foram realizadas pós- transplante, o que sugere que não houve busca de TB latente, e sim da TB ativa. Na presença de febre prolongada com manifestações clínicas incomuns, a TB deve ser considerada, especialmente em países endêmicos. O uso prolongado de antibióticos está associado ao atraso no diagnóstico, porque os sintomas clínicos podem ser temporariamente melhorados durante seu uso, mas exacerbados após sua interrupção. Atentar-se para sintomas inespecíficos como os gastrointestinais. A Tomografia Computadorizada de Alta Resolução (TCAR) foi o exame mais citado para a detecção de TB pulmonar pós-transplante, além de prova histopatológica. Conclui-se, portanto, que a investigação ativa e o tratamento da TB latente antes do transplante podem impedir a reativação dessa doença, e sua detecção precoce pós-transplante deve ser incluída em protocolos de investigação.



Palavras-chaves:  Atraso de diagnóstico, Transplante renal, Tuberculose