SÍFILIS CONGÊNITA E FALHAS NO PRÉ-NATAL: TENDÊNCIA DA INCIDÊNCIA NO NORDESTE BRASILEIRO, 2007 A 2016
JOÃO PAULO GOMES DA SILVA 1, JEYSSIELLE GOMES DOS SANTOS1, ALYNE BARBOSA BRITO1, ISABELLA CRISTINNA DA SILVA COSTA1, ELENA MARIA DA SILVA DUARTE1, JOSÉ VICTOR DE MENDONÇA SILVA1, LUIZ CARLOS FRANCELINO SILVA JUNIOR1, CARLOS DORNELS FREIRE DE SOUZA1
1. UFAL - Universidade Federal de Alagoas, 2. UNCISAL - Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas
jpaulogomes0@hotmail.com

A sífilis é causada pela infecção pelo Treponema pallidum e apresenta altas taxas de transmissão vertical. A incidência da sífilis congênita permite avaliar a qualidade da assistência materno-infantil, visto que sua prevenção é realizada unicamente no pré-natal. Seu diagnóstico não é difícil e a doença deve ser rastreada em todas as gestantes. Potanto, este trabalho tem como objetivo analisar a tendência da incidência de sífilis congênita no nordeste brasileiro, entre 2007 e 2016. Trata-se de um estudo ecológico de séries temporais. Realizou-se pesquisa nas bases de dados do Departamento de vigilância, prevenção e controle das ISTs/Ministério da Saúde. Foram calculadas as Taxas de Incidência (TI), por cada mil nascidos vivos, de cada estado do nordeste brasileiro e posteriormente estes dados foram exportados para o Joinpoint Regression Program para análise da tendência do indicador. A tendência foi classificada em crescente, estacionária ou decrescente. Calculou-se o percentual de variação anual (APC IC95%), e percentual de variação anual média (AAPC IC95%). Significância de 5%. Observou-se tendência significativa de crescimento na incidência de sífilis congênita no período estudado, em todos os estados, sendo a Bahia e o Piauí os estados que apresentaram maior aumento do indicador com APC de 28,0(IC95%: 24,8; 31,3) e AAPC 39,3(20,2 a 61,3), respectivamente. No período de 2007 a 2009, porém, observou- se tendência de declínio na incidência da doença no estado do Piauí sem significância estatística (APC = -20,3; IC95%: -63,7 a 74,8). Analisando todo o nordeste brasileiro, conclui-se haver um crescimento significativo do indicador com APC 17,3(IC95%:14,4; 20,3). Em números gerais, a maior TI no último ano estudado, 2016, ocorreu em Pernambuco com valor de 10,4 por mil nascidos vivos. A análise demonstrou tendência de crescimento da incidência de sífilis congênita no nordeste brasileiro, indicando a presença de condições favoráveis à transmissão da doença e ineficiência nos cuidados materno-infantis na região, especialmente no período pré-natal, quando as gestantes infectadas poderiam ser rastreadas e tratadas. Há também os casos subnotificados. Por fim, conclui-se que o importante crescimento observado permite inferir que ainda há um caminho extenso a ser seguido a fim de eliminar a sífilis congênita como problema de saúde pública no nordeste brasileiro, o que demandaria a redução de sua incidência para menos de um caso por mil nascidos vivos.



Palavras-chaves:  Pré-natal, Sífilis congênita, Taxa de incidência, Transmissão