TENDÊNCIA DA MORTALIDADE E DA INCIDÊNCIA DA ESQUISTOSSOMOSE NO NORDESTE BRASILEIRO DE 2001 A 2015
JOÃO PAULO GOMES DA SILVA 1, CAROLINE CARDOSO SANTOS1, ÉRIKA TENÓRIO DOS SANTOS1, MARIA EDUARDA SILVA DE MENESES1, CARLOS DORNELS FREIRE DE SOUZA1
1. UFAL - Universidade Federal de Alagoas
jpaulogomes0@hotmail.com

Introdução: A esquistossomose é uma doença causada por parasitos do gênero Schistosoma. Endêmica no Brasil, tem como agente o S. mansoni . Apresenta alta prevalência na região Nordeste (NE), estando ligada às condições socioeconômicas precárias. Objetivo : Analisar a tendência da incidência e mortalidade por esquistossomose nos estados do nordeste brasileiro no período de 2001 a 2015.  Desenho do Estudo: Ecológico de séries temporais. Métodos: Realizou-se pesquisa nas bases de dados DATASUS dos anos de 2001 a 2015. Foram calculadas as Taxas de Incidência (TI) e de Mortalidade (TM) e posteriormente estes dados foram exportados para o Joinpoint Regression Program para análise das tendências dos indicadores. A tendência foi classificada em crescente, estacionária ou decrescente. Calculou-se o percentual de variação anual (APC), IC 95%. Significância de 5%. Resultados: Verificou-se tendência de decréscimo da TI no nordeste no período de 2006-2010 (APC= -59.3; IC= -70.1 a 44.6, p<0,001). Em 2002 houve o maior número de casos no NE, com 90,789 casos/100.000hab, dos quais a maior e a menor TI foram em Sergipe e no Piauí, respectivamente. O menor número de casos ocorreu em 2013, com 2,124 casos/100.000hab, dos quais a maior e a menor TI foram na Bahia e no Piauí, respectivamente. No período de 2001 a 2015, observou-se maior TI em homens, na população parda, com idade de 20-39 anos. Observou-se tendência decrescente da TM no NE de 2001-2015 (APC= -2.5; IC= -3.4 a - 1.5, p<0,001) e AAPC de -2.5 (IC= -3.4 a -1.5). Em contrapartida, em SE ocorreu tendência crescente nesse período (APC = 5.9; IC = 0.5 a 11.7, p<0,001) e AAPC de 5.9 (IC= 0.5 a 11.7); bem como na Bahia também ocorreu tendência crescente (APC= 3.8; IC = 1.3 a 6.3, p<0,001) e AAPC 3.8 (IC= 1.3 a 6.3). Constatou-se que a TM pela doença foi maior em 2002 com 0,807 casos/100.000 hab, dos quais a maior e a menor TM ocorreram em Alagoas e Maranhão, respectivamente.  A menor TM foi em 2013, de 0,532 casos/100.000hab, dos quais a maior e menor TM ocorreu em Pernambuco e no Ceará, respectivamente. Em todo período analisado, houve maior TM em homens, com idade de 70 ou mais e pardos . Discussão: A análise demonstrou tendência no decréscimo da incidência e da mortalidade por esquistossomose no nordeste brasileiro, porém, ainda são necessárias mais ações para o enfrentamento desta doença. Conclusão: A tendência de crescimento da mortalidade em SE e na BA demonstra uma maior necessidade de intervenção nesses estados.



Palavras-chaves:  Esquistossomose, Incidência, Mortalidade