CHIKUNGUNYA E ZIKA NO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL (2014-2016)
CATIA FAVRETO 1, TATIANA SCHAFFER GREGIANINI1, TANI RANIERI1, ZENAIDA MARION ALVES NUNES1, GABRIELA LUCHIARI TUMIOTO GIANNINI1, MARILDA TEREZA MAR DA ROSA1
1. SES/RS - Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul
catia-favreto@saude.rs.gov.br

A recente emergência das arboviroses causadas pelos vírus Chikungunya (CHIKV) e Zika (ZIKV) no Brasil tem representado uma ameaça para a saúde humana e a economia do país. Apesar dos surtos ocorrerem principalmente em áreas tropicais, um número significativo de casos foi observado principalmente entre 2014 e 2016 no Rio Grande do Sul (RS, Sul do Brasil), região temperada com predominância de clima subtropical úmido. Desta forma, a vigilância destas arbovirores é uma medida de saúde pública fundamental para o controle das infecções e tratamento dos pacientes. Neste trabalho, analisamos 1276 amostras de pacientes com suspeita clínica de doença por arbovírus coletadas entre 2014 e 2016 no RS. As amostras foram analisados por PCR ou IgM/IgG/MAC-ELISA de acordo com a oportunidade de coleta e a data de início dos sintomas. Dados clínicos e demográficos foram coletados e descritos; casos de microcefalia associados com infecção congênita também foram analisados. Nossos resultados mostram que CHIKV e ZIKV foram primeiramente detectados no RS em 2014 e 2015, respectivamente. Infecções autóctones ocorreram em 2016 para ambos os vírus, com um total de 5 casos autóctones de CHIKV (de um total de 101 casos) e 44 de ZIKV (de um total de 88). A maioria dos pacientes apresentou idade superior a 21 anos; os principais sintomas apresentados pelos pacientes foram febre, artralgia, mialgia e dor de cabeça; rash, conjuntivite e prurido foram reportados, também, nos casos de ZIKV. Três casos de Síndrome da Zika Congênita foram confirmados com base nos resultados laboratoriais, dados clínico-epidemiológicos e imagens radiológicas de 189 mães/bebês suspeitos. Outros 20 casos de microcefalia associados com infecção congênita foram confirmados por agentes do STORCH: 10 por sífilis, 6 por toxoplasmose e 4 por citomegalovírus. A maioria dos casos se concentrou nas Regiões Noroeste, Metropolitana e na capital Porto Alegre, que são regiões de maior densidade populacional e maior atividade econômica. Considerando a cocirculação de diferentes arbovírus no RS, incluindo o vírus da Dengue, CHIK e ZIKV, e a presença dos vetores Aedes aegypti e Aedes albopictus nesta área, a vigilância epidemiológica de casos suspeitos de infecção por arbovírus contribui para o controle e prevenção de tais doenças.



Palavras-chaves:  Arboviroses, Chikungunya, Zika