Análise dos indicadores epidemiológicos da Hanseníase no Brasil entre 2001 a 2016
ISABELLA CRISTINNA DA SILVA COSTA 1, GABRIEL MONTEIRO ARNOZO1, LAVÍNIA CALMON LIMA1, AMANDA APARECIDA DA SILVA SANTOS1, LUCILA MELO DOS SANTOS1, CARLOS DORNELS FREIRE DE SOUZA1, MARIA DEYSIANE PORTO ARAÚJO1, JAMILE FERRO DE AMORIM1
1. UFAL - Universidade Federal de Alagoas
isabellacristinna0895@gmail.com

INTRODUÇÃO: A hanseníase é uma doença infecto-contagiosa provocada pelo Mycobacterium leprae com alto poder incapacitante. No Brasil, a doença é tratada como problema de saúde pública e é de notificação compulsória devido aos elevados números que ainda são registrados, em 2015 foram 28.761 novos casos. OBJETIVOS: Analisar os indicadores epidemiológicos da hanseníase no Brasil entre os anos de 2001 a 2016, utilizando o programa Joinpoint regression . DESENHO DO ESTUDO: Estudo ecológico de séries temporais. MÉTODOS: Análise os indicadores epidemiológicos da Hanseníase, usando o cenário brasileiro, cujos dados foram obtidos através do boletim oficial do Ministério da Saúde. Adotou-se um corte temporal um período de 16 anos (2001-2016). A análise de tendência foi realizada pelo programa Joinpoint regression . Calculou-se o APC (anual percent change), intervalo de confiança de 95% (IC95%) e o AAPC (Average Annual Percent Change). Significância de 5%. RESULTADOS : A taxa de detecção na população geral variou entre 26,61/100 mil (2001) e 12,23/100 mil (2016). A análise da tendência mostrou declínio no intervalo 2013-2016 (APC -6,11). A taxa de detecção de casos novos de hanseníase <15 teve uma redução (APC -4,31% e p<0,01), passando de 6,96 (2001) e 3,63 casos/10.000 habitantes (2016). A porcentagem de contatos examinados obteve um aumento no período analisado (68,0%-77,6%). A % de avaliados quanto ao GIF no diagnóstico aumentou (84,7-87,3%). A análise da tendência, teve dois comportamentos -2001-2011- (APC-0,63%) e -2011-2016 (APC-0,53%). A porcentagem de GIF entre os casos novos avaliado aumentou (6,0%-7,9%). O joinpoint mostrou uma tendência crescente (AAPC-2 e p<0,01). O joinpoint , mostrou 2 comportamentos 2001-2012 (APC –2,50% e p<0,01), em 2012-2016 (APC 71,79% e p<0,01). Quanto ao GIF na cura teve aumento entre os anos vistos, variando de 64,7 à 69,9. O joinpoint mostrou três comportamentos, decréscimo em 2001-2007 (APC –1,5% e p<0,01), aumento em 2007-2010 (APC 8,50% e p<0,01) e decréscimo em 2007-2016 (APC –1,2% e p<0,01). DISCUSSÃO: A melhora nos indicadores, com exceção do indicador % GIF em casos novos, demostrando um diagnóstico tardio, mostra uma melhoria no acesso aos serviços de saúde, bem como a evolução no tratamento e na vigilância em saúde. CONCLUSÃO: Apesar da melhoria da maioria dos indicadores ainda é necessário priorizar ações de educação, melhora no diagnóstico, no tratamento e principalmente na prevenção de novos casos e de incapacidades.

 



Palavras-chaves:  Brasil, Epidemiologia , Hanseníase, Indicadores de Saúde, Vigilância