Análise dos indicadores epidemiológicos da Hanseníase no Brasil entre 2001 a 2016 |
INTRODUÇÃO: A hanseníase é uma doença infecto-contagiosa provocada pelo Mycobacterium leprae com alto poder incapacitante. No Brasil, a doença é tratada como problema de saúde pública e é de notificação compulsória devido aos elevados números que ainda são registrados, em 2015 foram 28.761 novos casos. OBJETIVOS: Analisar os indicadores epidemiológicos da hanseníase no Brasil entre os anos de 2001 a 2016, utilizando o programa Joinpoint regression . DESENHO DO ESTUDO: Estudo ecológico de séries temporais. MÉTODOS: Análise os indicadores epidemiológicos da Hanseníase, usando o cenário brasileiro, cujos dados foram obtidos através do boletim oficial do Ministério da Saúde. Adotou-se um corte temporal um período de 16 anos (2001-2016). A análise de tendência foi realizada pelo programa Joinpoint regression . Calculou-se o APC (anual percent change), intervalo de confiança de 95% (IC95%) e o AAPC (Average Annual Percent Change). Significância de 5%. RESULTADOS : A taxa de detecção na população geral variou entre 26,61/100 mil (2001) e 12,23/100 mil (2016). A análise da tendência mostrou declínio no intervalo 2013-2016 (APC -6,11). A taxa de detecção de casos novos de hanseníase <15 teve uma redução (APC -4,31% e p<0,01), passando de 6,96 (2001) e 3,63 casos/10.000 habitantes (2016). A porcentagem de contatos examinados obteve um aumento no período analisado (68,0%-77,6%). A % de avaliados quanto ao GIF no diagnóstico aumentou (84,7-87,3%). A análise da tendência, teve dois comportamentos -2001-2011- (APC-0,63%) e -2011-2016 (APC-0,53%). A porcentagem de GIF entre os casos novos avaliado aumentou (6,0%-7,9%). O joinpoint mostrou uma tendência crescente (AAPC-2 e p<0,01). O joinpoint , mostrou 2 comportamentos 2001-2012 (APC –2,50% e p<0,01), em 2012-2016 (APC 71,79% e p<0,01). Quanto ao GIF na cura teve aumento entre os anos vistos, variando de 64,7 à 69,9. O joinpoint mostrou três comportamentos, decréscimo em 2001-2007 (APC –1,5% e p<0,01), aumento em 2007-2010 (APC 8,50% e p<0,01) e decréscimo em 2007-2016 (APC –1,2% e p<0,01). DISCUSSÃO: A melhora nos indicadores, com exceção do indicador % GIF em casos novos, demostrando um diagnóstico tardio, mostra uma melhoria no acesso aos serviços de saúde, bem como a evolução no tratamento e na vigilância em saúde. CONCLUSÃO: Apesar da melhoria da maioria dos indicadores ainda é necessário priorizar ações de educação, melhora no diagnóstico, no tratamento e principalmente na prevenção de novos casos e de incapacidades. |