UM RELATO DE EXPERIÊNCIA: AÇÕES DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE UMA REGIÃO DE SAÚDE DA BAHIA DURANTE A OCORRÊNCIA DE EPIZOOTIA EM PRIMATAS NÃO HUMANOS. |
A Febre Amarela (FA) é uma doença infecciosa grave. A vigilância das epizootias em Primatas Não Humanos (PNH) atua na prevenção de casos humanos de FA, mediante identificação precoce da circulação viral na população de primatas mortos ou doentes. O Núcleo Regional de Saúde Centro Leste (NRSCL), possui 72 municípios e população de 2.119.433 habitantes (IBGE, 2017). Este trabalho tem por objetivo descrever a experiência dos técnicos da vigilância epidemiológica (VIEP) do NRSCL, em 2017, apresentando dados epidemiológicos e ações de enfrentamento, durante a ocorrência de epizootia de PNH na região de saúde de Feira de Santana-BA, uma das quatro regiões do NRSCL, que abrange 28 municípios. Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência. Os dados apresentados foram coletados do Sistema de Informação de Agravo de Notificação (SINAN), sistema de Gerenciamento de Ambiente Laboratorial, planilha paralela e tabulados no Excel 2013. Ao analisar os dados, das 195 mortes de PNH ocorridas em 21(75%) municípios da região, 139 (71,2%) foram encaminhados para análise, sendo 10 (7,2%) positivos para FA, 43 (30,9%) negativos, 26 (19,7%) inconclusivos e 60 (43,2%) ainda sem resultado. Alguns animais não foram encaminhados para análise por avançado estado de decomposição. O aumento de casos de epizootia motivou a equipe a reunir Secretários de Saúde e Coordenadores das VIEP para orientações: quanto ao roteiro básico de investigação de mortes de PNH; preenchimento da ficha de investigação de epizootia e notificação no SINAN, bloqueio de transmissão nas área de abrangência e identificação dos municípios que necessitavam de bomba para bloqueio costal; avaliação da cobertura vacinal da FA e vacinação das pessoas não imunizadas das áreas de epizootia; investigar rumores de mortes de primatas, orientando não exterminá-los; procedimentos de coleta, transporte e encaminhamentos dos animais mortos para o laboratório de referência; busca ativa em prontuário de casos febris íctero hemorrágicos retroativos. Foi realizado investigação in loco em municípios que tiveram maior número de mortes e casos positivos, além de intensificação vacinal pelo Estado. Mesmo com a circulação do vírus da FA em primatas, na região, não houve nenhum caso confirmado da doença em humanos. Estas ações foram importantes, pois ampliaram a cooperação técnica entre as vigilâncias municipais, favorecendo a contenção da possível expansão da FA na região de forma rápida, multisetorial e efetiva. |