UM RELATO DE EXPERIÊNCIA: AÇÕES DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE UMA REGIÃO DE SAÚDE DA BAHIA DURANTE A OCORRÊNCIA DE EPIZOOTIA EM PRIMATAS NÃO HUMANOS.
ROUSANE DE CARVALHO LIMA REBOUÇAS1, AIA AKENATON ARAÚJO ALVES1, TAÍS DE ARAÚJO MAGNAVITA CARNEIRO1, IRAILDES RIOS DE SOUZA1, IVANA FERNANDA DE FREIRAS CERQUEIRA SAMPAIO1, JACQUELINE RODRIGUES DE SOUSA BORGES1, RENATA ANDRADE DE MORAIS1, SAIONARA SANTANA DE JESUS1, EDY GOMES DOS SANTOS1
1. SESAB - Secretaria de Saúde do Estado da Bahia
rousane.lima@gmail.com

A Febre Amarela (FA) é uma doença infecciosa grave. A vigilância das epizootias em Primatas Não Humanos (PNH) atua na prevenção de casos humanos de FA, mediante identificação precoce da circulação viral na população de primatas mortos ou doentes. O Núcleo Regional de Saúde Centro Leste (NRSCL), possui 72 municípios e população de 2.119.433 habitantes (IBGE, 2017). Este trabalho tem por objetivo descrever a experiência dos técnicos da vigilância epidemiológica (VIEP) do NRSCL, em 2017, apresentando dados epidemiológicos e ações de enfrentamento, durante a ocorrência de epizootia de PNH na região de saúde de Feira de Santana-BA, uma das quatro regiões do NRSCL, que abrange 28 municípios. Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência. Os dados apresentados foram coletados do Sistema de Informação de Agravo de Notificação (SINAN), sistema de Gerenciamento de Ambiente Laboratorial, planilha paralela e tabulados no Excel 2013. Ao analisar os dados, das 195 mortes de PNH ocorridas em 21(75%) municípios da região, 139 (71,2%) foram encaminhados para análise, sendo 10 (7,2%) positivos para FA, 43 (30,9%) negativos, 26 (19,7%) inconclusivos e 60 (43,2%) ainda sem resultado. Alguns animais não foram encaminhados para análise por avançado estado de decomposição. O aumento de casos de epizootia motivou a equipe a reunir Secretários de Saúde e Coordenadores das VIEP para orientações: quanto ao roteiro básico de investigação de mortes de PNH; preenchimento da ficha de investigação de epizootia e notificação no SINAN, bloqueio de transmissão nas área de abrangência e identificação dos municípios que necessitavam de bomba para bloqueio costal; avaliação da cobertura vacinal da FA e vacinação das pessoas não imunizadas das áreas de epizootia; investigar rumores de mortes de primatas, orientando não exterminá-los; procedimentos de coleta, transporte e encaminhamentos dos animais mortos para o laboratório de referência; busca ativa em prontuário de casos febris íctero hemorrágicos retroativos. Foi realizado investigação in loco em municípios que tiveram maior número de mortes e casos positivos, além de intensificação vacinal pelo Estado. Mesmo com a circulação do vírus da FA em primatas, na região, não houve nenhum caso confirmado da doença em humanos. Estas ações foram importantes, pois ampliaram a cooperação técnica entre as vigilâncias municipais, favorecendo a contenção da possível expansão da FA na região de forma rápida, multisetorial e efetiva.



Palavras-chaves:  Epizootia, Febre Amarela, Primatas