NOVO SÉCULO, VELHOS PROBLEMAS: EPIDEMIOLOGIA DA LEISHMANIOSE NO NORDESTE BRASILEIRO, 2007 a 2015
ELENA MARIA DA SILVA DUARTE 1, ETVALDO DA SILVA FILHO RODRIGUES1, FERNANDA MAYARA SANTOS SANTANA1, FERNANDO MUNIZ DE SOUZA1, GILMAR FRANÇA NOBRE JUNIOR1, HEROS MUNIZ BARRETO VIEIRA1, LUIS FELIPE LOPES QUEIROZ1, WILLIANY BARBOSA MAGALHÃES1, CARLOS DORNELS FREIRE DE SOUZA1, MARIA DEYSIANE PORTO ARAÚJO1
1. UFAL - Universidade Federal de Alagoas
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INTRODUÇÃO: A leishmaniose visceral (LV) é uma doença sistêmica crônica causada por protozoários do gênero Leishmania . No Brasil, a LV inicialmente possuía caráter rural, mas recentemente vem se expandindo para o meio urbano, sendo mais frequente em crianças menores de 10 anos. OBJETIVO: Analisar a tendência da incidência e a mortalidade por LV no Nordeste brasileiro entre 2007 e 2015. Desenho do Estudo: Ecológico de séries temporais. MÉTODO: Os dados são provenientes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação e do Sistema de Informação de Mortalidade, colhidos no DATASUS por meio do TABNET. Foram analisados os coeficientes de incidência e mortalidade por LV nos estados do Nordeste. Após o cálculo dos indicadores, aplicou-se regressão segmentada (joinpoint regression). A tendência foi classificada em crescente, estacionária ou decrescente. Calculou-se o percentual de variação anual (APC), IC 95%. Significância de 5%. RESULTADOS: De 2007 a 2015 houve um discreto aumento da incidência na região nordeste (3,34 para 3,74 casos a cada 100.000/hab) e da mortalidade (0,18 para 0,29 óbitos a cada 100.000/hab) por LV, observa-se uma maior taxa de incidência no sexo masculino. A taxa de incidência por LV na região nordeste não apresentou mudança significativa ao longo do período estudado (APC=1,43; IC -2,0; 5,0; p= 0,4). Piauí apresentou duas tendências, sendo a primeira de redução, entre 2007-2010 (APC= -16,0; IC= -37,8;13,4; p= 0,8) e a segunda de aumento, 2011-2015 (APC= 8,9;IC= -4,8; 24,5; p= 0,8), enquanto Pernambuco apresentou componente de acréscimo com relevância em tendência 2, de 2013 a 2015 (APC= 73,8; IC= 0,9 a 199,1; p< 0,01). No Ceará, ao longo do período analisado, observou-se componente de acréscimo (APC= 17,8; IC= 5,0 a 32,2; p< 0,01). Já em relação a mortalidade por LV, houve relevante acréscimo no comportamento estatístico na região nordeste (APC= 6,42; IC= 2,3 a 10,7; p< 0,01), e no estado do Ceará (APC= 20,47; IC= 7,9 a 34,5; p< 0,01).  DISCUSSÃO: A discreta variação nos índices de notificação e óbitos, ao longo dos anos dos estados da região nordeste, permite inferir a necessidade de medidas preventivas mais direcionadas para melhoria desse quadro. CONCLUSÃO: A tendência de crescimento da incidência e mortalidade no estado do Ceará, entre 2007-2015, e da incidência, em Pernambuco, a partir de 2013, mostraram que esses estados devem ser objeto de intervenção.



Palavras-chaves:  Joinpoint, Leishmaniose Visceral, Nordeste