IMPACTO DO NÍVEL DE CÉLULAS CD4+ NA COINFECÇÃO HISTOPLASMOSE-HIV: REVISÃO DE RELATOS DE CASOS
CAIO CÉSAR CHAVES COSTA 1, NATHALIA GABAY PEREIRA1, LETÍCIA NUNES CAMPOS 1
1. UEPA - Universidade do Estado do Pará , 2. UPE - Universidade de Pernambuco
leticiancampos@hotmail.com

Introdução: A histoplasmose é uma micose sistêmica ocasionada pelo fungo ascomiceto Histoplasma capsulatum . Suas repercussões orgânicas são estritamente relacionadas com o grau de acometimento imunológico do hospedeiro e, nesse contexto, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é o principal fator de risco para a instalação sintomática, condição a qual varia bastante de acordo com a quantidade de células CD4+. Objetivo: Comparar as características clínico-epidemiológicas de pacientes coinfectados com histoplasmose e HIV descritos na literatura, dando ênfase no nível de células CD4+. Métodos: Realizou-se uma busca sistemática na base de dados PubMed/MEDLINE, utilizando a seguinte combinação de descritores: histoplasmosis AND (AIDS OR HIV). Foram considerados artigos elegíveis aqueles que atenderam os critérios de inclusão: (1) estar escrito em inglês ou português; (2) ser relato de caso publicado entre 2017 a 2003; (3) ter descrito pacientes com histoplasmose coinfectados pelo HIV; (4) ter exposto a contagem de células-CD4+/mm 3 no momento da admissão; e (5) ter feito confirmação diagnóstica (ex., biópsia, cultura). A normalidade dos resultados numéricos foi identificada pelo teste de D’Agostino, sendo os dados não-normais comparados em seguida por meio da aplicação do teste de Mann-Whitney (valor de α = 0.05). Resultados: A partir da busca inicial, foram identificados 553 artigos. Destes, apenas 68 (12.2%) atenderam aos critérios de inclusão. A média geral do nível de células CD4+/mm 3 foi de 48.5 ± 61.5, não havendo diferença estatística entre os sexos (p = 0.21), bem como entre os indivíduos que apresentaram outra coinfecção além da histoplasmose e os coinfectados apenas com HIV e H. capsulatum (p = 0.74). O óbito foi um desfecho comum em 14.7% dos casos, estando associado com menor quantidade de células CD4+ em relação aos pacientes que apresentaram remissão do quadro (p = 0.03). Discussão: Os níveis de células CD4+ influenciam a forma clínica da histoplasmose e sua mortalidade, em virtude das consequências da imunossupressão. No entanto, o surgimento de outras coinfecções pode estar mais associado com características genéticas e imunológicas de cada hospedeiro. Conclusão: Conclui-se que, na vigência da coinfecção histoplasmose-HIV, o nível de células CD4+ seja fator determinante para o desfecho clínico. No entanto, não fornece subsídio importante para a ocorrência de outros processos infecciosos de forma concomitante.



Palavras-chaves:  Contagem de Linfócito CD4, Histoplasmose, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida