EPIDEMIOLOGIA DOS ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NO NORDESTE BRASILEIRO DE 2010 A 2016 |
Animais peçonhentos são aqueles que produzem substância tóxica e que possuem uma ferramenta que possibilita inocular esta substância em seu alvo, dentre os quais, destacam-se escorpião, serpente, abelha e aranha. Analisar o perfil epidemiológico dos acidentes com animais peçonhentos no Nordeste Brasileiro, ocorridos entre 2010 e 2016. Trata-se de um estudo transversal descritivo. Variáveis analisadas: estado de ocorrência, faixa etária, momento do atendimento, animal responsável, gravidade e desfecho epidemiológico. Os dados foram obtidos do Sistema de Notificação de Agravos de Notificação (SINAN). Foi realizada a análise descritiva simples das variáveis. No período estudado, foram notificados 344.442 casos de acidentes com animais peçonhentos na região Nordeste. O ano de 2014 foi o que registrou o maior número de ocorrências, totalizando 58.044 casos (16,8%), enquanto 2010 foi o que apresentou menor número (n=38.263/11,1%). O estado que apresentou o maior número de acidentes notificados foi Bahia com 101.681 casos (29,5%), seguida por Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba, Maranhão, Piauí e Sergipe, respectivamente. Em relação à faixa etária, indivíduos com 20-39 anos de idade foram os mais acometidos (n=114.885/33,3%). A maioria dos acidentados foi atendida até a primeira hora após o ocorrido, o que representou 135.374 casos (39,3%). O animal responsável pelo maior número de acidentes foi o escorpião (n=244.207/70,9%), seguido por serpente (n=49.060/14,2%) e abelha (n=21.361/6,2%), respectivamente. A maioria dos acidentes foi classificada como sendo de grau leve (n=283.611/82,3%) e com desfecho cura (n=308.843/ 89,7%). Ademais, 665 (0,19%) óbitos foram registrados pelo agravo notificado. O modo de ocupação dos espaços urbanos é um fator determinante para o aumento da ocorrência de acidentes com animais peçonhentos. Desta forma, percebe-se que acidentes por animais peçonhentos estão muito presentes e, portanto, é necessário ações de prevenção e educação em saúde. |