AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AÇAÍS COMERCIALIZADOS EM BAIRROS VICINAIS A UM CENTRO UNIVERSITÁRIO DA CIDADE DE MACEIÓ-AL. |
O comércio de açaí ( Euterpe olerace, Mart .) tem crescido nos mercados nacional e internacional, e é amplamente comercializado na forma de polpa congelada em lanchonetes, quiosques e restaurantes, devido a seu caráter energético e nutritivo. Entretanto, há problema da contaminação dos frutos de açaí que inicia-se na colheita e segue pelo armazenamento, transporte e processamento durante toda cadeia de produção da polpa, o que pode propiciar a presença de micro-organismos deterioradores ou patogênicos, diminuindo a vida de prateleira do alimento ou ocasionando doenças aos consumidores. A forma usada para transportar os frutos do açaí, na maioria das vezes, é fluvial e caso não estejam devidamente acondicionados, podem ter contato com cargas de pescados, correndo o risco de sofrer contaminação cruzada. O trabalho objetivou avaliar a qualidade microbiológica de açaí comercializado em bairros da cidade de Maceió – AL. As amostras foram adquiridas aleatoriamente como se fossem para consumo, e envolvidas em sacos plásticos estéreis sendo armazenadas em caixas isotérmicas e levadas ao Laboratório de Pesquisa e submetidas à pesquisa de Salmonella sp e contagem de coliformes a 45°C, conforme exigido pela legislação brasileira, e contagem de Bacillus cereus como indicador de qualidade e sanidade. Todas as análises foram realizadas pelos métodos validados atualmente pelo Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods da American Public Health Association . Foram analisadas 20 amostras de açaí, das quais apenas 1 (6,2%) encontrava-se imprópria para o consumo humano pela legislação brasileira por conter coliformes termotolerantes acima do preconizado, e todas as amostras apresentaram ausência de Salmonella sp. Contudo, 5 amostras (25%) continham presença maciça de Bacillus cereus , o que pode representar risco à saúde dos consumidores, pelo microrganismo ser esporulado, poder resistir a condições extremas e poderem causar toxinfecções alimentares. Sendo assim, torna-se necessária uma vigilância, acompanhamento higiênico-sanitário e implantação de boas práticas de fabricação desde a colheita até a distribuição afim de manter, além da qualidade do produto fornecido, um controle de segurança microbiológica do alimento e evitar possíveis doenças transmitidas por alimento. |