PERFIL CLÍNICO DE PACIENTES INFECTADOS COM HEPATITE C ATENDIDOS EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA EM PERNAMBUCO ENTRE 2010 E 2018
ANA LUÍZA TRAJANO MANGUEIRA DE MELO1, GABRIELA MONTENEGRO DE SOUZA1, MYRELLE STEPHANE BATISTA FERREIRA1, JOÃO VICTOR CORDEIRO FARIAS1, PENELOPY RODRIGUES DE MACEDO1, LUYDSON RICHARDSON SILVA VASCONCELOS1, PATRÍCIA MUNIZ MENDES FREIRE DE MOURA1, LEILA MARIA MOREIRA BELTRÃO PEREIRA1
1. UPE - Universidade de Pernambuco, 2. UNINASSAU - Universidade Maurício de Nassau, 3. FPS - FACULDADE DE SAÚDE DE PERNAMBUCO, 4. FIOCRUZ/ PE - Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, 5. IFP - INSTITUTO DO FÍGADO DE PERNAMBUCO
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O vírus da Hepatite C (HCV) é responsável pela infecção de 3% da população mundial, dos quais 182.389 (1,9%) estão no Brasil. Em 2017, as maiores taxas de detecção foram observadas na faixa etária de 60 anos em ambos os sexos. De 1999 a 2016, 58,5% dos infectados no Brasil foram homens. Em 2017, foi constatado que a principal fonte de contaminação foi através do uso de drogas (29,2%). O HCV é dividido em 7 genótipos, onde o mais comum é o genótipo 1, representando 46,2% dos casos de HCV. Comumente, pacientes infectados com HCV evoluem para um quadro de fibrose hepática, cirrose e/ou carcinoma hepatocelular (CHC). A infecção pelo HCV representa a segunda maior causa de CHC, correspondendo 36% dos casos do câncer. O presente estudo busca investigar o perfil clínico dos pacientes infectados pelo HCV acompanhados em ambulatório. Neste estudo analítico transversal, analisou-se 1.013 pacientes, onde 826 atendiam aos critérios de inclusão: acima de 18 anos e sem co-infecção. Os dados obtidos são de fonte documental através dos prontuários. Porcentagens, médias e desvio padrão foram calculados. Dos 826 pacientes, 449 (54,4%) são mulheres; 50 (6,0%) desenvolveram CHC , onde 49 (5,9%) foram diagnosticados por ressonância magnética e 7 (0,8%) por ultrassonografia. Quanto a fibrose, 688 (83,3%) apresentaram F0-F3 e 88 (10,7%) são cirróticos. Quanto ao tratamento, 98 (11,9%) estão em tratamento, 228 (27,6%) já o realizaram e 500 (60,5%) não chegaram a realizá-lo. Em relação ao genótipo, 553 (67,0%) detêm o tipo 1, 24 (2,9%) tipo 2 e 249 (30,1%) o tipo 3.  Quanto à idade, 82 (9,9%) pacientes têm de 18 a 40 anos, 414 (50,2%) de 41 a 59 anos e 330 (39,9%) acima de 60 anos. Sobre as formas de contaminação prováveis, 441 (53,4%) realizaram cirurgia, 405 (49,0%) fizeram uso de medicação injetável, 308 (37,3%) hemotransfusão e 26 (3,1%) uso de drogas. Do total, 645 (78,1%) indivíduos estão na RMR e 162 (19,6%) no interior do estado, onde a complicação hepática mais comum é a fibrose. Fibrose, genótipos e localidade demonstram porcentagens compatíveis à literatura. Entretanto, o número de mulheres infectadas prevalece. Cirurgia seguida por medicações injetáveis são as fontes de risco de contaminação mais comuns, em contraste com a literatura. Indivíduos de 40 a 59 anos e fibrose são maioria, o que pode ser devido ao diagnóstico tardio causado pela assintomatologia da doença.



Palavras-chaves:  Hepatite C, Infeccção, Perfil