SURTO DE CONJUNTIVITE NA I MICRORREGIÃO DE PERNAMBUCO?
BEATRIZ ANDRADE DE ARAÚJO 1, MAYRA RAMOS BARBOSA DA SILVA1, REBECA BEZERRA BONFIM DE OLIVEIRA1
1. UPE - UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO, 2. SES-PE - SECRETARIA DE SAÚDE DE PERNAMBUCO
ger.transversal@gmail.com

A Conjuntivite é a inflamação da conjuntiva - membrana que recobre o olho - e pode ser causada por infecção bacteriana ou viral. É uma afecção ocular altamente contagiosa que pode durar em média quinze dias apresentando alguns sintomas como vermelhidão, lacrimejamento, dor e coceira.

No primeiro trimestre de 2018 foi identificado pelos serviços de saúde da I Microrregião de Pernambuco um número de atendimentos superior ao recebido nos anos anteriores relativo à conjuntivite, sendo o evento considerado como um surto na região. A Conjuntivite é considerada endêmica nessa época do ano devido à coincidência de eventos como férias, carnaval, volta às aulas e ao verão.

A proposta desse trabalho é analisar os registros de atendimentos com diagnóstico de conjuntivite em um período de dez anos para verificar a ocorrência de surto na I Microrregião de Saúde de Pernambuco. O estudo é de natureza quantitativa, de corte transversal. Para tal finalidade definimos um recorte temporal para o primeiro trimestre dos anos de 2008 à 2018, considerando a sazonalidade da afecção.

Os dados foram coletados do Sistema de Informação TabNet Pernambuco, alimentado pelo SIA/SUS. Como resultados podemos perceber um relevante aumento a partir do ano de 2013, seguido dos anos de 2016, 2015 e 2018 considerando uma ordem ascendente de ocorrência.

Em 2008 houveram 4 casos notificados em toda I Microrregião, enquanto nos anos de 2013, 2015, 2016 e 2018, houveram respectivamente: 97, 170, 122 e 3.658 registros de atendimentos relacionados ao CID H10, responsável pela conjuntivite.

Salienta-se ainda que, dentre os municípios da I Microrregião, cabem destaque no ano de 2018 a Recife com 3.461 casos registrados, Jaboatão dos Guararapes com 27 registros, Olinda com 40 e Paulista com 20 casos.

Deste modo, reconhecemos o aumento significativo dos casos notificados de conjuntivite, porém sugerimos a retificação do termo surto para epidemia. Considerando epidemia como o “claro excesso de casos quando comparado à frequência esperada (ou habitual) de uma doença em uma determinada população, em um período determinado; enquanto o surto consiste em uma ocorrência epidêmica, em que todos os casos estão relacionados entre si, acometendo uma área geográfica pequena e delimitada (REIS apud RIBEIRO 2012).

Assim sendo, reconhecemos a magnitude do evento epidemiológico instaurado, bem como a possibilidade de ampliação do quantitativo devido a usuários que não acessaram os serviços de saúde, tal como de casos subnotificados



Palavras-chaves:  conjuntivite, epidemia, surto