ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DA MICROBIOTA FÚNGICA ANEMÓFILA EM UTI GERAL
VALTER ALVINO 1, RODRIGO JOSÉ NUNES CALUMBY1, NATHÁLIA BARBOSA DA SILVA1, JULIANA ALMERINO SILVA1, CAMILA BRAGA DORNELAS1, LUCIANO APARECIDO MEIRELES GRILLO1
1. UFAL - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
valteralvinos@hotmail.com

Fungos anemófilos são aqueles dispersados através do ar atmosférico. Estes organismos sobrevivem em locais com grandes variações de temperatura e pH e em baixas concentrações de oxigênio e umidade, sendo comum a exposição a propágulos fúngicos e seus metabólitos, especialmente em ambientes internos, como as Unidades de Terapia Intensiva (UTI). O conhecimento da qualidade do ar é um fator importante para a saúde humana, estando esta relacionada, em grande parte, com presença, a quantidade e a qualidade da diversidade fúngica presente no ambiente. Com o objetivo identificar a microbiota fúngica anemófila isolada da unidade de terapia intensiva geral do hospital universitário de Maceió, foram analisadas amostras do ar através da exposição de placas de Petri contendo o meio de cultura ágar Sabouraud dextrose acrescido de antibiótico. As placas foram abertas e expostas, com altura acima de 1,20m, em 4 pontos aleatórios e equidistantes da UTI geral durante 30 minutos. Após este período, as mesmas foram vedadas com o auxílio de papel filtro, acondicionadas e mantidas à temperatura ambiente (± 25ºC), por um período de sete dias, sendo observadas a cada 24 horas, até o surgimento de colônias isoladas. Após constatação do crescimento fúngico foi realizada análise quantitativa através de contagem do número de Unidades Formadoras de Colônias (UFC) existentes nas amostras. Posteriormente, realizou-se classificação específica dos fungos baseada na associação dos aspectos macroscópicos com as características microscópicas do exame direto da cultura, sendo os fungos filamentosos confirmados pela estimulação da esporulação pela técnica de microcultivo em lâmina utilizando-se Agar Batata Dextrose (BDA). Na análise quantitativa foi observado o crescimento de 114 Unidades Formadoras de Colônias (UFC) durante as três coletas realizadas. O valor médio de colônias encontradas em cada coleta foi de 38 ± 25,2 UFC. Entre os gêneros isolados, Cladosporium foi o mais frequente com 32 (28,1%) UFC, seguido pelos gêneros Aspergillus com 17 (14,9%) UFC, Candida com 11 (9,6%) UFC e Penicillium com 9 (7,9%). A espécie Cladosporium cladosporioides obteve 25 (21,9%) UFC, seguida por Aspergillus fumigatus com 11 (9,7%) e Mycelia sterilia com 10 (8,8%). A grande diversidade e a elevada frequência de isolamento de fungos anemófilos é um fator preocupante, uma vez que a condição imunológica dos pacientes hospitalizados pode implicar no acometimento de infecções nosocomiais.



Palavras-chaves:  Fungos, Infecção hospitalar, UTI