STAPHYLOCOCCUS AUREUS RESISTENTE À METICILINA (MRSA) EM SUPERFÍCIES DE UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA GERAL |
O Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) é um dos principais patógenos do ser humano, considerado endêmico na maior parte dos hospitais, suscitando em nível significante de morbidade e mortalidade, especialmente em pacientes de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Sua prevalência tem aumentado progressivamente ao longo dos anos e, embora as medidas de controle destinadas a evitar sua transmissão tenham sido iniciadas nos hospitais, sua implementação foi tardia e, como consequência, a transmissão de MRSA se tornou amplamente disseminada. O presente estudo teve por objetivo avaliar a presença de Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) em superfícies de uma UTI Geral. Foram analisados cinco pontos (porta de entrada, suporte do soro, leito do paciente, ar condicionado e pia), todos localizados dentro do ambiente da UTI geral de um Hospital público em Maceió/AL. As amostras foram colhidas em uma área de 20 cm 2 utilizando swab estéreil embebido em salina a 0,9% e inoculados em placas de Petri contendo ágar BHI, as quais foram incubadas a 37°C em estufa bacteriológica durante 24 horas. Nas placas que apresentaram crescimento bacteriano as colônias foram quantificadas de acordo com as características morfológicas. Realizou-se a coloração de Gram e os cocos Gram-positivos foram identificados como S. aureus utilizando as provas bioquímicas: catalase e DNAse. As cepas identificadas foram submetidas ao teste de susceptibilidade antimicrobiana utilizando discos de oxacilina (1µg), cefoxitina (30µg), penicilina (10µg), gentamicina (10µg), ciprofloxacin (5µg), vancomicina (50µg), sulfametoxazol-trimetoprim (25µg), ceftriaxona (30µg), cloranfenicol (30µg) e tetraciclina (30µg) . Os resultados foram interpretados de acordo com o CLSI 2018. Foi observado o crescimento de 176 UFC pertencentes à espécie S. aureus , dentre as quais 38 UFC correspondiam a MRSA . Foram caracterizados um total de 13 cepas distintas de S. aureus , sendo quatro (30,8%) dessas identificadas como MRSA. Estas foram isodalas: uma do ar condicionado, um do suporte do soro, um da pia e um do leito do paciente. Os resultados indicaram que Staphylococcus aureus resistente à meticilina são capazes de permanecer viáveis em superfícies dentro do ambiente da UTI e podem constituir uma fonte de contaminação, ressaltando, dessa maneira, a importância da desinfecção adequada para este setor além da implantação de progamas de monitoramento da qualidade dos processos de higienização. |