INCIDÊNCIA DE HEPATITES NA POPULAÇÃO INDÍGENA BRASILEIRA
ANTONIO JOSÉ LIMA DE ARAUJO JUNIOR 1, PRISCILA NUNES COSTA TRAVASSOS1, MONALISA RODRIGUES DA CRUZ1, INGRID DA SILVA MENDONÇA1, JESSICA KAREN DE OLIVEIRA MAIA1, CLEONEIDE PAULO DE OLIVEIRA PINHEIRO1
1. ESP-CE - Escola de Saúde Pública do Ceará, 2. ESTÁCIO - Centro Universitário Estácio do Ceará, 3. UFC - Universidade Federal do Ceara, 4. HSJ - Hospital São José
antoniojose_jr@hotmail.com

O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, no âmbito do SUS foi fundado em 1999. Apesar disso, a cobertura sanitária dessa população mantém-se precária, havendo danificação de suas condições de vida por causa do contato com os brancos e a privação de investigação de casos infecciosos, ocasionando seu adoecimento por inúmeras morbidades. As hepatites virais são consideradas um grave problema de Saúde Pública devido a sua alta incidência e prevalência no Brasil. O vírus possui tropismo pelo fígado causando sua inflamação e até mesmo sua falência, originado por diversas etiologias. Diante disso, objetivou-se analisar as regiões de notificação e as características clínicas de hepatites virais na população indígena e sua classificação final. Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal, de natureza descritiva. A população do estudo foi composta por todos os casos notificados de hepatites virais em índios no ano de 2015. Os dados foram extraídos do DATASUS. As variáveis relacionadas a hepatites virais em indígenas foram: etiologia, fonte de infecção, forma clínica, região de notificação, classificação final. Após a coleta, os dados foram tabulados utilizando o Excel. A análise dos dados foi realizada por meio de frequência absoluta e relativa. No Brasil, foram notificados 260 casos de hepatites virais no ano de 2015. A região Norte foi destaque no número de notificações (189 - 72%). As confirmações dos casos suspeitos foram predominantemente realizadas por meio de exames laboratoriais (243 - 93%). A forma clínica mais prevalente foi a hepatite crônica (189 - 74%), tendo como etiologia de domínio a hepatite B (159 - 64%), seguindo de hepatite A (39 – 16%). Dentre as principais fontes de infecção, verificou-se via sexual (50 - 28%) e  através de alimento/água contaminados (30 - 17%). Desde de 1995 foi instituído a vacinação contra a hepatite B na população indígena, apesar disso houve casos confirmados em crianças indígenas nascidas após a inserção da vacina, por conseguinte é fundamental fortalecer ações de identificação, manejo e precaução da infecção pelo HBV nessa população. As principais fontes de infecção identificadas em outras pesquisas foram a transmissão vertical e a via sexual, sendo o último equivalente ao encontrado em pesquisa atual. Conclui-se que são necessárias medidas profiláticas regulares para controle das hepatites, incluindo vacinação e educação para redução da morbimortalidade pela hepatite na população indígena.



Palavras-chaves:  Hepatite, Incidência, População Indígena