PERFIL DE VÍTIMAS DE ACIDENTE POR ESCORPIÕES ATENDIDOS EM HOSPITAL DE EMERGÊNCIA EM FORTALEZA – CE
ANTONIO JOSÉ LIMA DE ARAUJO JUNIOR 1, JESSICA KAREN DE OLIVEIRA MAIA1, ITALO MARQUES MAGALHÃES RODRIGUES VIDAL1, ROMÊNIA KELLY SOARES DE LIMA1, LUCIENE MIRANDA DE ANDRADE1, ANA CLÁUDIA FEITOSA LIMA1
1. ESP-CE - Escola de Saúde Pública do Ceará, 2. HSJ - Hospital São José, 3. IJF - Instituto Doutor José Frota, 4. UFC - Universidade Federal do Ceara
antoniojose_jr@hotmail.com

O escorpionismo é definido na literatura como os acidentes ocasionados especificamente por artrópodes peçonhentos da ordem Scorpiones . Os acidentes por animais peçonhentos, incluindo o escorpionismo, são classificados como agravo de notificação compulsória segundo a Lista Nacional de Notificação Compulsória regulamentada pela Portaria N° 204 MS/GM, de 17 de fevereiro de 2016, ratificando a relevância desses eventos para a saúde brasileira. Portanto, objetiva-se investigar as ocorrências de acidentes por escorpiões em 2016. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo desenvolvido em um hospital de emergências referência estadual nos atendimentos as causas externas situado na cidade de Fortaleza-Ceará. O lócus da pesquisa foi o Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NUHEPI). Os dados foram compilados em planilha do Excel, analisados pelo sistema Epi Info e apresentados sob a forma de tabelas tendo como suporte a literatura relacionada à temática. Foram respeitados os aspectos éticos conforme a Resolução 466/12. O hospital registrou o total de 2.929 casos de escorpionismo em 2016, apresentando uma amostra majoritariamente feminina (1.959 - 66,9%), a maior incidência de casos ocorreu em indivíduos adultos, delimitados neste estudo entre 20 e 59 anos (1.819 - 62%). Destaca-se que as crianças menores de cinco anos constituem o grupo mais vulnerável em relação à gravidade e às complicações sistêmicas. No presente estudo, este grupo representou um quantitativo de 118 (4%) dos casos. Quanto ao período dos acidentes, o segundo trimestre do ano apresentou o maior número (768 - 26,3%), sendo agosto o de maior incidência (268 - 9,2%). Referente à situação clínica, as extremidades (1.545 - 54,2%) são as áreas do corpo mais frequentemente atingidas, destacando-se a mão (661 - 23,1%) e pé (884 - 31,1%). Quanto à utilização do soro antiescorpiônico, uma parcela muito pequena necessitou desta intervenção uma vez que destes foram classificados como leves (2.798 - 99,1%). Conclui-se que a notificação bem como resolução desse agravo tem sido efetiva. Sugere-se que sejam realizados mais estudos voltados a temática. Além disso, recomenda-se que sejam efetuadas ações de educação em saúde com finalidade de reduzir a ocorrência de agravos relacionados ao escorpionismo.



Palavras-chaves:  Emergências, Epidemiologia, Picadas de Escorpião