COMPARAÇÃO ENTRE AS TÉCNICAS DE HIBRIDIZAÇÃO IN SITU, HISTOPATOLOGIA E IMUNO-HISTOQUÍMICA PARA DIAGNÓSTICO DE LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA EM AMOSTRAS DE PELE
LUIZ CLAUDIO FERREIRA 1, RODRIGO CALDAS MENEZES1, LEONARDO PEREIRA QUINTELLA1, MARIA INÊS FERNADES PIMENTEL1, ARMANDO DE OLIVEIRA SCHUBACH1, LUCIANA DE FREITAS CAMPOS MIRANDA1, MARIA DULCE PORTUGAL ESTRADA ESPINOSA1
1. INI-FIOCRUZ - Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas - Fiocruz/RJ
luiz.ferreira@ini.fiocruz.br

A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma antropozoonose causada por diferentes espécies de protozoário do gênero Leishmania , que causam lesões na pele e/ou mucosas de vias aerodigestivas superiores de humanos e outros mamíferos. O diagnóstico definitivo de LTA é baseado em exames laboratoriais que detectam o parasito na lesão, o que muitas vezes é difícil pela baixa carga parasitária. Nesse contexto, a técnica de hibridização in situ (HIS) tem se mostrado promissora, detectando espécies de Leishmania em tecidos . Este estudo objetiva comparar as técnicas de hibridização in situ usando sonda genérica, histopatologia e imuno-histoquímica para diagnóstico de leishmaniose tegumentar americana humana em amostras de pele . Foram selecionadas 50 amostras de biopsia de pele obtidas de pacientes atendidos no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), Fiocruz, no período de 2000 a 2005, nos quais foi possível o diagnóstico de LTA por isolamento em cultura e caracterização de Leishmania braziliensis . As amostras foram fixadas em formol, incluídas em parafina e examinadas pelas técnicas de HIS usando sonda genérica para Leishmania , imuno-histoquímica (IHQ) e histopatologia, para avaliação da sensibilidade dos três métodos, utilizando a cultura parasitológica como padrão ouro. Para avaliação de reações cruzadas pelas técnicas de HIS e IHQ, foram também incluídas amostras adicionais de três pacientes com diagnóstico de micoses cutâneas causadas por Sporothrix spp., Candida albicans e Histoplasma capsulatum . As sensibilidades das técnicas de IHQ, HIS e histopatologia na detecção de formas amastigotas foram de 66%, 54% e 50%, respectivamente. A técnica de HIS não apresentou hibridização cruzada com antígenos fungícos, enquanto a IHQ apresentou reação cruzada com todas as espécies de fungos aqui estudadas. A técnica de HIS apresentou boa sensibilidade na detecção de formas amastigotas e ausência de reação cruzada com espécies de fungo, de modo que o seu emprego é recomendado na rotina diagnóstica do Serviço de Anatomia Patológica do INI, Fiocruz.



Palavras-chaves:  Leishmaniose Cutânea, diagnóstico, hibridização in situ, imuno-histoquímica